Olá Visitante,
Está a decorrer o 5º sorteio Gforum onde vamos sortear um Tablet XIAOMI Redmi SE (11'' - 4 GB - 128 GB - Cinzento) para ajudar com as despesas do servidor, se quiser participar, pode fazê-lo no seguinte endereço: 5º Sorteio Gforum: Tablet XIAOMI Redmi SE (11'' - 4 GB - 128 GB - Cinzento)
Lituânia avisa que Rússia prepara "algo pior" do que Sumy para a Páscoa
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Kestutis Budrys, avisou hoje que, após o ataque mortal da semana passada em Sumy, a Rússia tem "algo ainda pior" planeado para o domingo de Páscoa.
"Não tenho dúvidas sobre isso", sublinhou Kestutis Budrys numa entrevista à agência de notícias lituana ELTA, citada pela Europa Press.
"Não tenho dúvidas de que nos vão preparar algo ainda pior na Páscoa. Talvez seja esse o ponto de viragem, e diremos: 'Ok, temos de aumentar as sanções'" à Rússia, defendeu.
O ministro lituano acredita, no entanto, que os ataques como os de Sumy podem servir como uma espécie de incentivo para acelerar certos processos relacionados com a Ucrânia, como seja a sua adesão à União Europeia.
"Se não abrirmos blocos de negociação com a Ucrânia neste semestre, se nos dividirmos em relação às sanções, não poderemos mais falar sobre qualquer subjetividade geopolítica para a UE nem sobre ter qualquer influência no mundo", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Budrys questionou ainda a postura de alguns países europeus em relação à Ucrânia e lamentou a forma como têm atrasado a implementação de novas sanções.
"Para ser sincero, nem sei de que lado é que estão", lamentou.
"É necessário muito esforço para garantir que as decisões são preparadas e adotadas", adiantou o ministro, sublinhando que a Lituânia está a fazer todos os possíveis para garantir que o próximo pacote de sanções está pronto para a próxima reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros, que se realiza esta sexta-feira em Bruxelas.
O pacote de sanções que deverá incluir a energia nuclear russa, o gás e a chamada frota paralela, que Moscovo tem usado para contornar as restrições económicas.
As forças armadas russas atacaram no domingo passado ('Domingo de Ramos') o centro da cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, provocando a morte de pelo menos 34 pessoas e ferindo outras 119, incluindo 15 crianças, de acordo com dados fornecidos pelos Serviços de Emergência da região.
Numa declaração divulgada na televisão ucraniana, o porta-voz da organização, Oleg Strilka, revelou que sete dos mortos eram menores.
O ataque gerou consternação na Ucrânia e as autoridades apelaram urgentemente aos Estados Unidos para que tomem medidas decisivas contra a Rússia para forçar o Kremlin a pôr fim aos ataques.
Este ataque foi deplorado por vários líderes internacionais e instituições, entre os quais o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que se manifestou "profundamente alarmado e chocado".
["O ataque perpetua] uma série devastadora de ataques semelhantes a cidades e aldeias ucranianas nas últimas semanas, que causaram vítimas civis e destruição em grande escala", afirmou Guterres.
A Rússia garantiu, no entanto que os seus ataques na Ucrânia visam exclusivamente "alvos militares ou quase militares", tendo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, acusado Kyiv de utilizar civis como "escudos humanos".
Em março, Kyiv concordou com um cessar-fogo total de 30 dias, mas Moscovo tem recusado e, até agora, apenas foi acordada uma trégua contra o sistema energético -- cujo prazo termina hoje - e uma trégua contra o sistema marítimo no Mar Negro, embora nenhuma delas esteja a ser cumprida.
Detidos ucranianos jovens e adultos suspeitos de trabalhar para Moscovo
As autoridades da Ucrânia detiveram nove ucranianos, incluindo cinco adolescentes, suspeitos de preparar atentados e operações de sabotagem por ordem da Rússia, anunciou hoje o serviço de segurança ucraniano (SBU).
Também foram detidos "simultaneamente nove agentes do FSB [serviços de segurança russos, antigo KGB] que preparavam atentados terroristas" no leste e no centro do país, disse o SBU num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Os cinco adolescentes detidos têm 14 e 15 anos, precisou o SBU.
Os agentes também apreenderam "mais de 30 quilogramas de explosivos".
Os suspeitos agiam sob o controlo de dois agentes do FSB e tinham por missão fabricar engenhos explosivos improvisados, colocá-los em locais designados, ativá-los à distância e filmar as explosões com câmaras de vídeo ocultas, disse o SBU.
Os quatro adultos ucranianos foram acusados de "alta traição", segundo a mesma fonte.
A Ucrânia e a Rússia acusam-se regularmente de ações de sabotagem contra as infraestruturas da outra parte por membros da população local recrutados nas redes sociais desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Nos últimos meses, Kyiv tem registado um número crescente de casos de recrutamento de adolescentes ucranianos pelos serviços secretos russos na plataforma Telegram.
O caso mais mediático ocorreu em março, quando uma explosão matou um adolescente de 17 anos e feriu gravemente um de 15 anos em Ivano-Frankivsk (oeste).
Na altura, o SBU acusou o FSB de ter sido responsável pela explosão que vitimou os dois jovens, que teriam sido recrutados para fabricar bombas.
França pede libertação de jornalistas russos que colaboraram com Navalny
A França exigiu hoje a libertação imediata de quatro jornalistas russos condenados na terça-feira em Moscovo por colaborar com a organização "extremista" do líder da oposição Alexei Navalny, que morreu na prisão.
"Este julgamento dos jornalistas é mais uma demonstração das autoridades russas no seu desejo de suprimir todas as opiniões divergentes", disse Christophe Lemoine, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, pedindo "a libertação imediata e incondicional de todos os processados por motivos políticos".
Terça-feira, os quatro jornalistas -- Antonina Kravtsova, Serguei Kareline, Konstantin Gabov e Artiom Krieger -- foram condenados a cinco anos e meio de prisão por um tribunal de Moscovo por colaborarem com Navalny.
A pena pronunciada pela juíza Natalia Borissenkova, na presença de diplomatas europeus, foi ligeiramente inferior aos cinco anos e 11 meses solicitados pela procuradora. Todos rejeitaram as acusações apresentadas pela justiça russa.
Os quatro jornalistas foram detidos na primavera e no verão de 2024 e julgados à porta fechada, procedimento cada vez mais comum na Rússia neste tipo de processos.
O movimento de Navalny, principal opositor do Presidente russo, Vladimir Putin, até morrer em circunstâncias misteriosas durante a detenção, em fevereiro de 2024, tem vindo a ser sistematicamente desmantelado nos últimos anos.
Aliados e apoiantes foram forçados ao exílio ou presos e a justiça russa já não se limita apenas aos colaboradores diretos de Navalny.
Antonina Kravtsova, que trabalhava com o nome de Antonina Favorskaïa, cobria com frequência os julgamentos de Alexei Navalny para o canal SOTAvision.
Foi ela quem gravou, a 15 de fevereiro de 2024, o último vídeo em que Navalny aparece com vida, durante uma audiência judicial realizada por videoconferência a partir da prisão onde se encontrava no Ártico, na véspera da morte.
Os repórteres Serguei Kareline e Konstantin Gabov foram acusados de participar na produção de vídeos para a equipa de Navalny. O primeiro colaborou anteriormente com a agência de notícias Reuters e o segundo com a Associated Press (AP).
Artiom Krieger, também jornalista da SOTAvision, é igualmente acusado de ter colaborado com a organização anticorrupção do opositor.
As autoridades russas têm vindo a intensificar nos últimos meses a pressão sobre os últimos meios de comunicação independentes e estrangeiros na Rússia, num contexto de repressão generalizada contra as vozes críticas da ofensiva na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Vários jornalistas russos foram condenados nos últimos anos a pesadas penas, sob diversas acusações.
Ataques russos causam dois mortos e dezenas de feridos em Kharkiv e Sumy
Ataques russos causaram dois mortos e, pelo menos, 40 feridos na noite de quinta-feira em Kharkiv e Sumy, no nordeste da Ucrânia, anunciaram as autoridades ucranianas.
Em Kharkiv, uma pessoa morreu e cerca de quarenta ficaram feridas, de acordo com um balanço provisório, disse o presidente da câmara da cidade, Igor Terekhov, na rede social Telegram.
O autarca afirmou que o armamento utilizado foi "um míssil balístico com munições de fragmentação, o que explica que a área afetada seja muito grande". Mais de 20 blocos de apartamentos foram atingidos, segundo a mesma fonte.
O governador local, Oleg Synegubov, sublinhou que o ataque tinha como alvo uma "zona densamente povoada de Kharkiv".
Em Sumy, perto da fronteira russa, um ataque de drones Shahed, de fabrico iraniano, matou uma pessoa e feriu outra, informou a administração militar local, também através do Telegram.
As cidades ucranianas têm vindo a ser alvo quase diário de ataques russos, apesar das recentes tentativas dos Estados Unidos de levar as partes beligerantes a conversações destinadas a pôr termo a mais de três anos de combates.
No último domingo, um ataque de mísseis russos em Sumy matou 35 pessoas, provocando fortes reações dos países ocidentais.
Nove mortos em ataque a autocarro com drone na Ucrânia
Nove pessoas morreram num ataque com um drone russo a um autocarro em Marganets, no sudeste da Ucrânia, anunciou hoje o governador da região de Dnipropetrovsk.
"Um drone atingiu um autocarro que transportava funcionários de uma empresa", disse Sergiy Lysak, explicando que "o ataque inimigo custou a vida a nove pessoas".
O governador disse ainda que o ataque causou 30 feridos, mas que o número continua a aumentar.
Vários incêndios ocorreram em várias regiões ucranianas durante a noite, após ataques russos.
Segundo fontes ucranianas, foram reportados ataques nas regiões de Kyiv, Kharkiv, Poltava, Odessa e Dnipropetrovsk.
Do outro lado, as defesas antiaéreas russas terão abatido 11 'drones' ucranianos em seis regiões do país e na península anexa da Crimeia na noite passada, segundo o ministério da Defesa russo no seu canal Telegram na quarta-feira.
Norte-americanos, ucranianos e europeus deverão discutir hoje em Londres o cessar das hostilidades na Ucrânia, após mais de três anos de guerra.
As últimas conversações diretas entre representantes russos e ucranianos ocorreram na primavera de 2022, no início da invasão liderada pelo Kremlin, e terminaram em fracasso.
Washington, por sua vez, está a manter discussões separadas com Kyiv e Moscovo.
Explosões num paiol de munições russo após "violação das normas de segurança"
Um incêndio deflagrou hoje num paiol de munições na região de Vladimir, no oeste da Rússia, provocando explosões, informou o Ministério da Defesa, que atribuiu o incidente "a uma violação das normas de segurança".
"De acordo com informações preliminares, não houve vítimas e a causa do incêndio foi uma violação das normas de segurança no trabalho com materiais explosivos", indicou o Ministério, num comunicado citado pela agência de notícias russa Ria Novosti.
Momentos antes da divulgação deste comunicado, a agência oficial de notícias TASS avançou que as autoridades russas tinham ordenado a evacuação de duas aldeias a cerca de 70 quilómetros a nordeste de Moscovo, devido a uma forte explosão, cujas causas eram desconhecidas.
"Todos os habitantes de Barsovo estão a ser retirados para as escolas n.º 6 e n.º 7 da aldeia de Krasny Oktiabr, no distrito de Kirzhach", disseram as autoridades locais, citadas pela TASS, que também anunciou a retirada dos habitantes de Mirnoe.
O governador da região de Vladimir, Alexandr Avdeyev, escreveu, por sua vez, na plataforma Telegram que os serviços responsáveis estavam a trabalhar no local do incidente, tendo remetido para mais tarde mais pormenores.
Zelensky insiste em cessar-fogo "imediato, completo e incondicional"
O presidente ucraniano apelou hoje a um cessar-fogo "imediato, completo e incondicional" na Ucrânia, enquanto uma delegação de Kyiv está em Londres para conversações com os aliados ocidentais, numa reunião entretanto redimensionada e reduzida a contactos técnicos.
"Insistimos num cessar-fogo imediato, completo e incondicional", disse Volodymyr Zelensky na plataforma Telegram, reiterando a posição transmitida na terça-feira de que as conversações de paz só podem começar após o anúncio de um cessar-fogo.
"Preservar vidas deve ser uma prioridade máxima para todos os parceiros", acrescentou o líder ucraniano.
Uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, dos Estados Unidos e de vários países europeus (Reino Unido, França e Alemanha) estava marcada para hoje em Londres, mas o ministério britânico anunciou esta manhã que tinha sido adiada depois de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter cancelado a presença.
As discussões em Londres foram redimensionadas e vão prosseguir, mas serão apenas entre assessores e à porta fechada.
Uma fonte do gabinete presidencial em Kyiv adiantou à agência de notícias francesa AFP, sob anonimato, que a delegação ucraniana ainda se vai reunir hoje com o enviado da Casa Branca (presidência norte-americana) para a guerra na Ucrânia, Keith Kellogg, na capital britânica.
O líder da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, que está em Londres com dois ministros, indicou anteriormente que as discussões do dia iriam focar-se em "formas de alcançar um cessar-fogo completo e incondicional".
O encontro de hoje em Londres coincide com a publicação de várias notícias de que os Estados Unidos vão pressionar a Ucrânia para ceder território à Rússia como parte de um potencial acordo de paz.
Segundo o jornal Financial Times, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs ao enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff, no início de abril, suspender a invasão e congelar a atual linha da frente em troca das suas principais exigências, como o reconhecimento da soberania da Rússia sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e a não adesão da Ucrânia à NATO.
"Muitas notícias falsas estão a ser publicadas neste momento", reagiu o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias Ria Novosti.
Zelensky opôs-se à ideia de ceder território, afirmando: "Não há nada para falar - é a nossa terra, a terra do povo ucraniano".
Steve Witkoff está a planear uma viagem a Moscovo esta semana, de acordo com a Casa Branca e o Kremlin, que não especificaram uma data.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Putin reconhece que "não há armas suficientes" para as tropas russas
Putin afirmou numa reunião da Comissão Militar-Industrial estatal que quase todas as empresas de defesa tinham cumprido integralmente as suas encomendas no ano passado, mas admitiu que "ainda não há armas suficientes".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu esta quarta-feira que "ainda não há armas suficientes", incluindo drones, para as forças armadas do país, apesar de ter havido um aumento da produção ao longo do último ano.
Segundo a agência de notícias Reuters, Putin afirmou numa reunião da Comissão Militar-Industrial estatal que quase todas as empresas de defesa tinham cumprido integralmente as suas encomendas no ano passado.
"Por exemplo, a produção de armas, comunicações, reconhecimento e sistemas de guerra eletrónica mais do que duplicou. As tropas receberam mais de 4.000 unidades de armas blindadas, 180 aviões de combate e helicópteros", disse o chefe de Estado, acrescentando que foram produzidos mais de 1,5 milhões de drones de vários tipos.
No entanto, reconheceu que "ainda não há armas suficientes" para dar resposta à guerra na Ucrânia, dando a entender que, apesar de estarem a decorrer negociações para um cessar-fogo, a Rússia não pretende parar de produzir armamento.
"Sei muito bem, e muitos dos que estão a participar na nossa reunião de hoje sabem-no tão bem como eu: ainda não há armas suficientes. Não são suficientes", disse.
O presidente disse ainda estar "certo de que todos os planos para aumentar a produção do equipamento necessário, neste caso os drones, serão certamente cumpridos".
"Estão a aguardá-los ansiosamente na frente de batalha", adiantou.
Sublinhe-se que representantes do Reino Unido, dos Estados Unidos, da Ucrânia, da Alemanha e da França estão agora reunidos em Londres para tentar cessar as hostilidades.
No entanto, o encontro, que devia ter juntado os ministros dos Negócios Estrangeiros dos diferentes países, foi alterado devido à ausência do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
Trump alerta Zelensky: "Paz ou luta por três anos antes de perder o país"
Em causa está uma declaração de Zelensky, que defendeu que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerando que "pode ter paz ou pode lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro".
Em causa está uma declaração de Zelensky, citada pelo The Wall Street Journal, que defendia que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia".
Para Trump, "esta declaração é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, na medida em que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente Barack Hussein Obama, e nem sequer é um ponto de discussão".
"Ninguém está a pedir a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo, mas, se ele quer a Crimeia, porque não lutaram por ela há 11 anos, quando foi entregue à Rússia sem que fosse disparado um tiro?", questionou Trump na rede social Truth Social, acrescentando que "são declarações inflamatórias como as de Zelensky que tornam tão difícil resolver esta guerra".
"Ele não tem nada de que se gabar! A situação para a Ucrânia é terrível - ele pode ter paz ou pode lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", atirou Trump.
O presidente norte-americano disse "querer salvar, em média, cinco mil soldados russos e ucranianos por semana, que estão a morrer sem qualquer motivo" e considerou que as palavras de Zelensky não farão mais do que "prolongar o 'campo de morte'".
"Estou ansioso por poder ajudar a Ucrânia e a Rússia a saírem desta completa e total confusão, que nunca teria começado se eu fosse presidente", defendeu.
Sublinhe-se reconhecimento da Crimeia como território russo surgiu como uma das opções que a Ucrânia terá provavelmente de aceitar em troca de um acordo de paz para pôr fim à guerra que começou em fevereiro de 2022.
O Presidente norte-americano tem insistido que, se ele tivesse chegado à Casa Branca em 2020, a guerra na Ucrânia nunca teria acontecido e que o mais rápido processo de paz para este conflito passará sempre pela mediação dos Estados Unidos.
Crimeia? Zelensky responde a Trump e recorda-o da sua anterior posição
Em causa está o facto de Trump ter criticado Zelensky por ter afirmado que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia". Em 2018, a anterior administração de Trump defendia que "nenhum país pode mudar as fronteiras de outro pela força".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, respondeu esta quarta-feira ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e recordou a posição da sua anterior administração em relação à anexação da Crimeia.
Em causa está o facto de Trump ter criticado Zelensky por ter afirmado que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia".
Para Trump, "esta declaração é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, na medida em que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente Barack Hussein Obama, e nem sequer é um ponto de discussão".
Numa publicação, nas redes sociais, Zelensky frisou que "a Ucrânia agirá sempre de acordo com a sua Constituição".
"Estamos plenamente confiantes de que os nossos parceiros, e em particular os Estados Unidos, agirão de acordo com as suas decisões sólidas", escreveu na descrição de uma imagem que mostrava uma declaração feita em 2018 pelo então secretário de Estado Mike Pompeo, um dos antigos subordinados de Trump no primeiro mandato (2017-2021) com quem este rompeu relações.
A declaração refere que "nenhum país pode mudar as fronteiras de outro pela força".
O texto do Departamento de Estado diz ainda que os Estados Unidos se recusam a reconhecer as reivindicações de soberania do Kremlin sobre territórios conquistados em violação do direito internacional.
Segundo o canal norte-americano CNN, que cita uma fonte diplomática, a proposta norte-americana que causou o impasse nas negociações inclui o reconhecimento da anexação da Rússia sobre a Crimeia, a par de um cessar-fogo ao longo das linhas de frente da guerra.
Qualquer iniciativa no sentido de reconhecer o controlo da Crimeia pela Rússia inverteria uma década de política norte-americana.
Na terça-feira, antes das conversações que estão a decorrer em Londres com representantes norte-americanos, europeus e ucranianos, Zelensky excluiu qualquer cedência de território ucraniano à Rússia num acordo.
"Não há nada para falar - é a nossa terra, a terra do povo ucraniano", afirmou.
Trump criticou esta "declaração", que considerou "muito prejudicial para as negociações de paz com Rússia". "Declarações inflamadas como a de Zelensky" estão a dificultar a resolução da guerra, afirmou.
"A situação da Ucrânia é terrível - [Zelensky] pode ter paz ou pode lutar por mais três anos antes de perder o país todo", escreveu Trump.
Em causa está uma declaração de Zelensky, que defendeu que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia".
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
Kyiv insiste junto de enviado de Trump que está pronta para paz "justa"
Os representantes ucranianos que se reuniram esta quarta-feira, em Londres, com o enviado presidencial dos EUA para a Ucrânia e a Rússia, reiteraram a sua disponibilidade para chegar a um acordo de cessar-fogo incondicional para travar os ataques russos.
A delegação ucraniana, composta pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Andri Sibiga, e da Defesa, Rustem Umerov, e o chefe do Gabinete Presidencial Ucraniano, Andri Yermak, sublinharam que este cessar-fogo deve ser um passo preliminar para negociações para uma paz "justa e duradoura".
O lado ucraniano aproveitou a oportunidade para expressar a Keith Kellogg a sua "esperança de que (a sua posição) esteja alinhada com a visão do presidente dos EUA, Donald Trump".
O chefe de Estado norte-americano acusou hoje o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de obstruir um acordo ao defender a soberania ucraniana sobre a Crimeia.
Yermak enfatizou que "em quaisquer circunstâncias, a Ucrânia defenderá as suas posições de princípio durante as negociações, uma vez que constituem a base da sua soberania e integridade territorial", segundo uma breve declaração da Presidência ucraniana citada pela agência Europa Press.
Esta reunião entre representantes ucranianos e norte-americanos estava agendada desde a semana passada, embora se esperasse que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, participasse, mas recusou o convite na tarde de terça-feira.
Esta medida levou os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Alemanha e França, que também estavam programados para comparecer, a adiar a reunião e a rebaixá-la para uma reunião de enviados de nível inferior, como acabou por acontecer.
Assim, os enviados de Zelensky reuniram-se com representantes do Reino Unido, Alemanha e França --- os principais membros da chamada "Coligação dos Interessados" --- para "discutir medidas no sentido de uma paz justa e duradoura".
A reunião foi realizada na residência oficial do secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, que não esteve presente.
Entre os presentes estavam o conselheiro de Segurança Nacional britânico Jonathan Powell, o conselheiro diplomático presidencial francês Emmanuel Bonne e o conselheiro alemão para a política externa e de segurança, Jens Plotner.
"A reunião em Londres ocorreu após uma reunião anterior realizada em Paris", acrescentou a presidência ucraniana, recordando a reunião da semana passada na capital francesa, após a qual Rubio ameaçou interromper os esforços de negociação se não houvesse sinal de conciliação da Rússia e da Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
"Penso que temos um acordo com a Rússia" para pôr fim à guerra na Ucrânia
Trump coloca resistência do lado do presidente ucraniano.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, esta quarta-feira, que considera que os Estados Unidos chegaram a um acordo com a Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia.
"Penso que temos um acordo com a Rússia. Temos de chegar a um acordo com Zelensky", disse Trump aos jornalistas na Sala Oval, segundo cita a AFP. "Pensei que seria mais fácil negociar com Zelensky. Até agora tem sido mais difícil", acrescentou.
Além disso, Trump sugeriu ainda que se poderá encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, pouco depois da sua viagem à Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos.
"É possível, mas muito provavelmente não. Acho que nos vamos encontrar com ele pouco depois", disse, após ser questionado sobre se iria encontrar-se com Putin na Arábia Saudita.
Recorde-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu hoje às críticas feitas pelo seu homólogo norte-americano por se opor ao reconhecimento da península da Crimeia como território russo, recordando a oposição à anexação pela anterior administração de Donald Trump.
"A Ucrânia agirá sempre de acordo com a sua Constituição, e estamos plenamente confiantes de que os nossos parceiros, e em particular os Estados Unidos, agirão de acordo com as suas decisões sólidas", escreveu Zelensky no Telegram.
A mensagem foi divulgada acompanhada por uma ligação a uma declaração feita em 2018 pelo então secretário de Estado Mike Pompeo, um dos antigos subordinados de Trump no primeiro mandato (2017-2021) com quem este rompeu relações. A declaração refere que "nenhum país pode mudar as fronteiras de outro pela força".
O texto do Departamento de Estado diz ainda que os Estados Unidos se recusam a reconhecer as reivindicações de soberania do Kremlin sobre territórios conquistados em violação do direito internacional.
Em causa está o facto de Trump ter criticado Zelensky por ter afirmado que a "Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia". Em 2018, a anterior administração de Trump defendia que "nenhum país pode mudar as fronteiras de outro pela força".
Segundo o canal norte-americano CNN, que cita uma fonte diplomática, a proposta norte-americana que causou o impasse nas negociações inclui o reconhecimento da anexação da Rússia sobre a Crimeia, a par de um cessar-fogo ao longo das linhas de frente da guerra.
Qualquer iniciativa no sentido de reconhecer o controlo da Crimeia pela Rússia inverteria uma década de política norte-americana.
Na terça-feira, antes das conversações que estão a decorrer em Londres com representantes norte-americanos, europeus e ucranianos, Zelensky excluiu qualquer cedência de território ucraniano à Rússia num acordo.
"Não há nada para falar - é a nossa terra, a terra do povo ucraniano", afirmou Zelensky. Trump criticou esta "declaração", que considerou "muito prejudicial para as negociações de paz com Rússia".
Os comentários foram feitos na sequência da redução do nível da próxima reunião em Londres sobre o conflito, com a ausência do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, disse que Rubio já não iria participar nas discussões com funcionários ucranianos, britânicos e europeus devido a "questões logísticas".
Citados pela CNN, um responsável norte-americano e dois diplomatas europeus próximos das negociações afirmaram que Rubio estará ausente pois a administração não sentiu estar num ponto decisivo nas conversações em curso.
Já hoje, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, ameaçou abandonar as negociações, dizendo aos jornalistas durante uma visita à Índia que foi feita "uma proposta muito explícita aos russos e aos ucranianos e é altura de eles dizerem sim ou de os EUA abandonarem este processo".
Rubio será substituído na reunião de Londres pelo enviado especial do presidente Donald Trump para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, adiantou o Departamento de Estado.
As autoridades militares de Kiev emitiram um alerta antiaéreo na quarta-feira à noite, para um ataque de "mísseis inimigos" contra a capital da Ucrânia, registando-se explosões em outros pontos do país invadido pela Rússia.
"Kyiv está sob ataque de mísseis inimigos", escreveram as autoridades militares da capital ucraniana no seu canal de Telegram.
Vitali Klitschko, presidente da Câmara de Kiev, disse que uma criança de três anos foi hospitalizada após o ataque.
Jornalistas da agência France-Presse (AFP) ouviram também explosões a ecoar pela cidade e voos de drones sobre a capital ucraniana.
As autoridades militares reportaram danos materiais em pelo menos duas partes da cidade e pediram aos moradores que se abrigassem.
Um jornalista da AFP viu cerca de dez residentes a refugiarem-se num abrigo na cave de um prédio residencial assim que soou o alerta de ataque aéreo.
O último ataque com mísseis em Kiev tinha ocorrido no início de abril.
Também o portal ucraniano Euromaidan Press noticiou, através da rede social X, que ocorreram várias "enormes explosões" em Kiev, apontando que provavelmente são mísseis balísticos.
"Relatos de queda de destroços levaram a ambulâncias chamadas para quatro distritos da capital ucraniana", acrescentou.
O portal adiantou, depois, para o registo de um ataque com míssil balístico em Pavlohrad, no leste.
Numa série de publicações, a Euromaidan Press apontou ainda para o registo de drones no espaço aéreo de várias regiões ucranianas, com relatos de explosões em Kharkiv.
"Mais bombardeiros russos no ar, lançamentos esperados entre as 03:40 e as 04:00 da manhã se estiverem acima do aeródromo de Engels, e entre as 5h30 e as 6h se estiverem acima do Mar Cáspio, de acordo com o canal Insider TG", pode ler-se.
Sobe para nove número de mortos em ataques de mísseis russos em Kyiv
Pelo menos nove pessoas morreram e 63 ficaram feridas, incluindo crianças, num ataque, esta madrugada, com mísseis russos contra Kyiv, anunciou o Serviço de Emergência do Estado (DSNS) ucraniano.
"De acordo com dados preliminares, nove pessoas morreram, 63 ficaram feridas e 42 foram hospitalizadas, incluindo seis crianças", referiu o DSNS, no mais recente balanço.
Uma contagem anterior divulgada pelo presidente da Câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, dava conta de dois mortos e 54 feridos.
"Os edifícios residenciais foram danificados: está a decorrer a busca de pessoas sob os escombros", referiu o serviço de emergência na plataforma de mensagens Telegram.
Vários incêndios, agora extintos, deflagraram também na sequência dos bombardeamentos russos.
Em Kyiv, um jornalista da agência France-Presse observou quando uma dezena de habitantes se refugiaram num abrigo na cave de um edifício residencial, assim que soou o alerta antiaéreo.
O último ataque com mísseis contra Kyiv ocorreu no início de abril.
Em Kharkiv (leste), o presidente da câmara, Igor Terekhov, também anunciou "repetidos ataques com mísseis" contra a cidade, que deixaram pelo menos duas pessoas feridas.
Numa declaração no Telegram, Andriï Iermak, chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o facto de "a Rússia estar a atacar Kyiv, Kharkiv e outras cidades com mísseis e 'drones'".
O Presidente russo, Vladimir "Putin, mostra unicamente o desejo de matar", afirmou Iermak, exigindo o cessar das hostilidades e que "os ataques a civis parem".
Em Washington, o Presidente dos EUA, Donald Trump, atacou violentamente Volodymyr Zelensky na quarta-feira, acusando-o de fazer comentários inflamatórios sobre a Crimeia, uma península ucraniana anexada pela Rússia em 2014. Isto numa altura em que um acordo com Moscovo estava "muito próximo", de acordo com Trump.
Ucrânia diz que ataques russos a Kyiv causaram dois mortos e 54 feridos
Pelo menos duas pessoas morreram e 54 ficaram feridas, esta madrugada, num ataque com mísseis russos a Kiev, com as autoridades ucranianas a acusarem o Presidente russo de ter "unicamente o desejo de matar".
"Kyiv está a ser atacada por mísseis inimigos", escreveram as autoridades militares da capital da Ucrânia, na plataforma de mensagens Telegram.
"Duas pessoas morreram na capital" e 54 ficaram feridas, 38 das quais foram hospitalizadas, incluindo "seis crianças", declarou, também no Telegram, o presidente da Câmara de Kyiv, Vitali Klitschko.
Inicialmente, as autoridades militares comunicaram danos materiais em pelo menos dois bairros da cidade e instaram os habitantes a procurarem abrigo.
Jornalistas da agência de notícias France-Presse ouviram fortes explosões a ecoar pela cidade, bem como voos de 'drones' sobre a capital ucraniana.
O último ataque com mísseis contra Kyiv ocorreu no início de abril.
Em Kharkiv (leste), o presidente da câmara, Igor Terekhov, também anunciou "repetidos ataques com mísseis" contra a cidade, sem mencionar, para já, qualquer vítima.
Numa declaração no Telegram, Andriï Iermak, chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o facto de "a Rússia estar a atacar Kyiv, Kharkiv e outras cidades com mísseis e 'drones'".
O Presidente russo, Vladimir "Putin, mostra unicamente o desejo de matar", afirmou Iermak, exigindo o cessar das hostilidades e que "os ataques a civis parem".
Ucrânia acusa Rússia de querer manter a invasão após ataque a Kyiv
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andri Sybiga, disse hoje que o ataque russo que matou nove pessoas durante a noite em Kiev prova que Moscovo persiste na invasão militar.
Sybiga disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, demonstra que não respeita quaisquer esforços de paz e que só quer continuar a guerra.
O chefe da diplomacia expressou a opinião do governo do país através de uma mensagem nas redes socais, em que também critica as "exigência de Moscovo", referindo-se às declarações da liderança russa que pediu à Ucrânia a "retirada" de territórios como condição para a paz.
Sobre os últimos ataques russos com mísseis, os serviços de emergência da Ucrânia registaram um número ainda considerado provisório de nove mortos e 63 feridos, 42 dos quais estão hospitalizados.
Entre os feridos contam-se seis crianças.
"Os edifícios residenciais foram danificados: estão a decorrer buscas para encontrar pessoas sob os escombros", indicaram os serviços de emergência ucranianos, acrescentando que os ataques provocaram vários incêndios.
Em Kyiv, um jornalista da Agência France Presse viu uma dezena de habitantes refugiarem-se num abrigo na cave de um edifício residencial, assim que soou o alerta antiaéreo.
Este ataque russo, um dos mais violentos dos últimos meses, ocorreu no momento em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky de estar a sabotar um possível acordo com a Rússia.
Zelensky reafirma que Ucrânia não abdica da Crimeia
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu hoje que a Ucrânia fará tudo o que os parceiros de Kyiv exigirem para alcançar a paz, mas não cederá na questão da Crimeia.
"Estamos a fazer tudo o que os nossos parceiros propuseram, exceto o que é contrário à nossa legislação e à Constituição", que estipula que a Crimeia faz parte da Ucrânia, disse Zelensky numa conferência de imprensa na África do Sul.
A Rússia anexou a Crimeia em 2014, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, criticou Zelensky na quarta-feira por insistir que a península do Mar Negro deve ser devolvida à Ucrânia.
"Vladimir, PARA!", exige Trump a Putin após ataque russo em Kyiv
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou hoje os bombardeamentos russos contra Kyiv, que considerou "desnecessários" e exigiu ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que pare com os ataques.
"Não estou contente com os ataques russos a Kiev. Desnecessários e em má altura. Vladimir, PARA!", escreveu o líder republicano na sua rede social, Truth Social.
Na mesma mensagem, o Presidente norte-americano referiu que "5.000 soldados estão a morrer por semana".
"Vamos fechar o acordo de paz", acrescentou.
A Rússia atacou na madrugada de quarta para quinta-feira a capital ucraniana com uma barragem de mísseis e drones que durou horas. Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas no ataque mais mortífero contra a cidade desde julho passado.
A frustração de Trump está a crescer à medida que o esforço liderado pelos EUA para obter um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia não tem feito progressos.
Na quarta-feira, Trump atacou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e acusou-o de prolongar o "campo de morte" ao recusar a entregar a península da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, como parte de um possível acordo.
Zelensky repetiu muitas vezes, durante a guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022, que o reconhecimento do território ocupado como sendo da Rússia é uma linha vermelha para a Ucrânia.
O Presidente ucraniano salientou hoje que a Ucrânia concordou com uma proposta de cessar-fogo dos EUA há 44 dias como um primeiro passo para uma paz negociada, mas que os ataques de Moscovo continuaram.
Zelensky admite faltar ao funeral do Papa e diz que não cederá Crimeia
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, colocou hoje em dúvida a sua presença no funeral do Papa Francisco, no sábado em Roma, no dia em que respondeu ao homólogo norte-americano, Donald Trump, insistindo que não planeia ceder a Crimeia.
"Se tiver tempo, estarei certamente lá", disse hoje Zelensky aos jornalistas, referindo-se a reuniões militares que deverá realizar nesse dia em Kyiv e que ignora "quanto tempo vão demorar".
O Presidente ucraniano indicou que, se não puder comparecer no funeral de Francisco, o seu país estará representado "a um nível apropriado", através do ministro dos Negócios Estrangeiros e da primeira-dama.
Dezenas de chefes de Estado, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, são esperados em Roma no sábado para as cerimónias fúnebres do pontífice argentino, que morreu na segunda-feira aos 88 anos.
Antes da sua viagem, Donald Trump admitiu hoje a possibilidade de se avistar na capital italiana com o homólogo ucraniano, que também já tinha sinalizado a disponibilidade para dialogar com "os amigos americanos".
Numa entrevista à revista Time, realizada na terça-feira e hoje divulgada, o líder norte-americano defendeu que a península ucraniana da Crimeia "ficará com a Rússia" e que "Zelensky compreende isto".
Trump justificou os seus argumentos com a prolongada presença russa no território.
"Eles [russos] já tinham os seus submarinos lá muito antes de qualquer período de que estamos a falar, há muitos anos. A população fala principalmente russo na Crimeia", sustentou, insistindo que o território "foi dado por [Barack] Obama, não foi dado por Trump", numa alusão ao ex-Presidente democrata, que estava no poder na Casa Branca em 2014.
Apesar da ocupação desde 2014, a anexação da península não é reconhecida pela generalidade da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, que lideraram o apoio ocidental a Kyiv a partir da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Em reação, Zelensky reiterou hoje que considera a Crimeia pertencente à Ucrânia, sublinhando que a posição de Kyiv sobre o território se mantém, apesar da pressão de Washington.
"A nossa posição mantém-se inalterada [...] todos os territórios temporariamente ocupados pertencem à Ucrânia", disse o Presidente ucraniano aos jornalistas, que tem recusado igualmente ceder as regiões de Dontesk e Lugansk, no norte do país, e de Zaporijia e Kherson, no sul, parcialmente conquistadas pelas forças russas.
Estas declarações surgem no dia em que Presidente russo, Vladimir Putin, e o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, discutiram hoje no Kremlin a possibilidade de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para chegar a uma solução pacífica para o conflito.
O Presidente norte-americano disse acreditar que "ambos os lados querem a paz, mas precisam de se sentar à mesa", lamentando uma espera que se prolonga "há muito tempo".
Ao mesmo tempo que se referiu a "uma grande pressão sobre a Rússia", advertiu que "a Ucrânia também precisa querer chegar a um acordo" e defendeu que Moscovo já fez "uma grande concessão" ao abdicar de controlar todo o país vizinho, numa sugestão de que pretende forçar Kyiv a ceder parte do seu território.
A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kyiv - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.
Filho de diretora-adjunta da CIA morto a lutar pela Rússia na Ucrânia
Michael Alexander Gloss, de 21 anos, era filho de Juliane Gallina, nomeada diretora-adjunta para a inovação digital da CIA em fevereiro de 2024, e tinha sido contratado pelas Forças Armadas da Rússia.
Um cidadão norte-americano, identificado como filho de uma diretora-adjunta da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, morreu enquanto combatia pela Rússia no leste da Ucrânia, em 2024.
Segundo o The Guardian, que cita uma investigação dos meios de comunicação social russos independentes, Michael Alexander Gloss, de 21 anos, era filho de Juliane Gallina, nomeada diretora-adjunta para a inovação digital da CIA em fevereiro de 2024, e tinha sido contratado pelas Forças Armadas da Rússia.
Num obituário publicado pela família foi apenas revelado que Gloss morreu a 4 de abril de 2024 na "Europa de Leste".
"Com o seu coração nobre e espírito guerreiro, Michael estava a forjar a sua própria jornada de herói quando foi tragicamente morto na Europa de Leste a 4 de abril de 2024", lia-se no obituário, sem fazer referência à Rússia ou à Ucrânia.
De acordo com o site de investigação russo iStories, o jovem autodescreveu-se como "um apoiante do mundo multipolar" no seu perfil na rede social Vkontakte. "Fugi de casa e viajei pelo mundo. Odeio o fascismo. Amo a minha pátria", escreveu.
Michael Alexander Gloss é, de acordo com o iStories, um dos mais de 1.500 estrangeiros que assinaram contratos com as Forças Armadas russas desde fevereiro de 2022 e terá começado a lutar pela Rússia em setembro de 2023.
Segundo fontes, foi destacado para as "unidades de assalto", ou seja, para a linha da frente, em dezembro de 2023, e enviado para um regimento aéreo russo para atacar posições ucranianas perto da cidade de Soledar, na região de Donetsk.
Ativista pelo ambiente e defensor da igualdade de género, Gloss viajou para Hatay, na Turquia, para ajudar após os sismos da Síria e da Turquia, em 2023. Um conhecido adiantou à iStories que foi nessa altura que começou a manifestar o desejo de ir para a Rússia.
"Ele costumava ver vídeos sobre a Palestina e estava muito zangado com a América", contou. "Começou a pensar em ir para a Rússia. Ele queria entrar em guerra com os EUA. Mas acho que ele foi muito influenciado por vídeos de teoria da conspiração."
Após alistar-se no exército russo, em Moscovo, Gloss foi enviado para um campo de treino, onde treinou sobretudo ao lado de soldados nepaleses contratados. Três meses depois de se alistar, segundo um conhecido, foi destacado para a Ucrânia.
No entanto, fontes adiantaram ao iStories que Gloss não estava interessado em combater, mas esperava que o exército lhe permitisse obter um passaporte russo e permanecer no país.
As circunstâncias da morte de Gloss não são conhecidas e um amigo adiantou que o governo russo disse apenas que "ele morreu dentro das fronteiras da Ucrânia".
Rússia acusa serviços secretos ucranianos de ataque que matou general
A Rússia acusou hoje, em comunicado, os serviços secretos ucranianos de estarem por trás do ataque à bomba que matou um general russo perto de Moscovo.
"Há razões para acreditar que os serviços secretos ucranianos estiveram envolvidos nesse assassinato", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em comunicado.
A vítima foi o General Yaroslav Moskalik, um membro de alto escalão do Estado-Maior russo.
Este tipo de ataques tem aumentado nos últimos três anos.
Um general do exército russo foi morto hoje perto de Moscovo na sequência de uma explosão de um carro causada por "um dispositivo explosivo improvisado", anunciou o Comité Nacional de Investigação, que abriu um inquérito ao assassinato daquela alta patente militar.
As autoridades russas condenaram o ataque considerando-o um "atentado terrorista", mas por enquanto não indicaram um possível autor do crime.
A Ucrânia, que também não reagiu oficialmente até agora, foi acusada em várias ocasiões de ataques direcionados contra oficiais militares russos desde a ofensiva do Kremlin, em fevereiro de 2022, no seu território.
Num comunicado, o Comité de Investigação da Rússia disse que a vítima era o general Yaroslav Moskalik, "vice-chefe da Direção Geral de Operações do Estado-Maior" das forças armadas russas.
De acordo com essa fonte, a explosão ocorreu perto de um prédio residencial na cidade de Balachikha, a poucos quilómetros a leste de Moscovo.
"A explosão foi causada pela detonação de um dispositivo explosivo improvisado preenchido com tiros de uva", disse também o Comité de Investigação.
De seguida, publicou um vídeo mostrando um veículo queimado e investigadores cercando presumivelmente o corpo da vítima, do lado de fora da porta da frente de um prédio.
Imagens de CCTV transmitidas pelos média russo Izvestia mostraram a forte explosão que ocorreu num carro, lançando fragmentos no ar, quando uma pessoa se aproximou do veículo.
Ex-Vitória pendura as luvas e alista-se no exército para ajudar Ucrânia
Nicolas Tié esteve no clube de Guimarães entre 2020 e 2023.
Sem clube desde 2023, quando deixou o Vitória SC, Nicolas Tié decidiu terminar a carreira de futebolista para se juntar ao exército francês, pretendendo agora ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
"Sempre adorei profissões militares e, por isso, ponderei logo entrar para o exército. O meu padrasto é paraquedista na Costa do Marfim e eu costumava ir ao quartel para ver como faziam, algo que me inspirou", começou por admitir, em declarações ao jornal Ouest-France.
"Não faço política, estou comprometido em resolver os problemas na raiz. Se a operação externa na Ucrânia for aberta, vamos em frente. Isso não me assusta", acrescentou de seguida o antigo guarda-redes, de 24 anos.
Recorde-se que Nicolas Tié começou por se destacar nos franceses do Poitiers, em 2016/17, rumando ao Chelsea durante três épocas, às quais se seguiram outras três temporadas no clube de Guimarães, com um total de quatro jogos realizados ao serviço da equipa B.
"Míssil que matou civis em Kyiv" tinha componentes dos EUA, diz Zelensky
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que um míssil balístico russo produzido na Coreia do Norte e que foi usado num ataque mortal contra Kiev continha componentes de fabrico norte-americano.
"O míssil que matou civis em Kyiv continha pelo menos 116 componentes de outros países, a maioria dos quais, infelizmente, foram fabricados por empresas norte-americanas", descreveu o Presidente ucraniano numa declaração no Telegram.
A falta de pressão sobre a Rússia permite ao Kremlin importar estes mísseis e outras armas e utilizá-los aqui na Europa", prosseguiu Zelensky.
Na quinta-feira, o líder ucraniano revelou que a Rússia usou um míssil balístico de fabrico norte-coreano no ataque realizado na madrugada anterior em Kyiv, que matou pelo menos 12 pessoas e deixou cerca de uma centena de feridos.
"De acordo com informações preliminares, os russos utilizaram um míssil balístico de fabrico norte-coreano. Os nossos serviços especiais estão a verificar todos os detalhes", afirmou Zelensky nas redes sociais.
Na mensagem então divulgada, o líder ucraniano realçou que, a confirmar-se a informação, será "mais uma prova da natureza criminosa da aliança" entre Moscovo e Pyongyang.
"Matam pessoas e atormentam vidas juntos, esse é o único objetivo da sua cooperação. A Rússia usa mísseis e artilharia [norte-coreanos] continuamente. Pyongyang, por sua vez, tem a oportunidade de tornar as suas armas mais letais em condições reais de guerra", observou.
Esta não é a primeira vez que a Ucrânia acusa a Rússia de utilizar mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte.
De acordo com uma declaração em novembro passado do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, a Rússia recebeu sistemas de artilharia autopropulsada M-1989 e M-1991 de 170 milímetros da Coreia do Norte, juntamente com cerca de cem mísseis KN-23 e pelo menos cinco milhões de cartuchos de munições.
O último ataque russo com mísseis da Coreia do Norte tinha ocorrido em dezembro de 2024 contra Kyiv, de acordo com as autoridades ucranianas, seguindo-se a outros executados em junho e em setembro do ano passado.
Kyiv acusou também a China de ajudar o seu parceiro russo a contornar as sanções ocidentais, permitindo-lhe adquirir os componentes tecnológicos necessários para a sua produção de armas para a guerra.
Na quinta-feira, o Reino Unido anunciou a proibição da exportação para a Rússia de comandos de videojogos, que poderiam ser utilizados para controlar 'drones', bem como circuitos eletrónicos com possibilidade de uso em sistemas de armas russos.
"Mesmo entre os esforços diplomáticos internacionais para pôr fim a esta guerra, a Rússia continua a assassinar civis. Isto significa que [o Presidente russo, Vladimir] Putin não tem medo", avisou.
Para o Presidente da Ucrânia, "deve haver uma cessação completa e incondicional dos ataques, e a Rússia deve aceitar isso", ao mesmo tempo que pediu o reforço das defesas antiaéreas do seu país.
No mesmo dia, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que tem o seu próprio prazo para um acordo entre Rússia e Ucrânia e insistiu que espera um entendimento rápido, após ter criticado Kyiv pela demora e Moscovo pelos seus últimos ataques.
Já hoje, o líder da casa Branca advertiu que a Ucrânia deve preparar-se para ceder a península da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscovo em 2014, como parte das negociações.
A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kyiv - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.
O Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu hoje o emissário norte-americano Steve Witkoff para discutir o plano de paz da Casa Branca, informou o Kremlin.
Antes do encontro com Putin, Witkoff teve uma breve reunião com o negociador económico russo Kiril Dmitriev.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, Kyiv já anunciou que encontrou componentes dos Estados Unidos e de outros países ocidentais em munições utilizadas por Moscovo, listadas pelas autoridades num 'site' governamental.
Crimeia está no centro das tensões desde 2014. Os pontos essenciais
A península ucraniana da Crimeia volta a estar no centro da tensão internacional ao ser envolvida pelos Estados Unidos numa eventual concessão de Kyiv para terminar a guerra com a Rússia, que anexou ilegalmente este território em 2014.
O presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu hoje que a Crimeia "ficará com a Rússia", prosseguindo a narrativa de Washington de que Kyiv deverá preparar-se para ceder território num acordo com Moscovo, que invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022.
Esta possibilidade é considerada inaceitável pelo líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que Trump acusa de ser um entrave a um entendimento que já terá negociado com o Kremlin.
A anexação da Crimeia em março de 2014 já tinha desencadeado as primeiras sanções contra a Rússia e um aumento da tensão entre Moscovo e as principais potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
Eis alguns pontos essenciais sobre o território em disputa:
Ponto da discórdia
Famosa pelas suas praias no mar Negro e com o seu passado greco-romano, bizantino, tártaro e turco, a Crimeia é sobretudo conhecida pelo 'resort' costeiro de Ialta, onde o destino da Europa foi selado em 1945 pelos líderes vitoriosos da II Guerra Mundial.
Em 1954, a Crimeia foi anexada territorialmente à Ucrânia Soviética por decisão do Presidente Nikita Khrushchev, ele próprio de origem ucraniana.
Na altura, tratava-se apenas de uma redistribuição administrativa, uma vez que tanto a Rússia como a Ucrânia eram parte da URSS.
Um ano após a dissolução da URSS em 1991, a recém-independente Ucrânia concedeu à Crimeia o estatuto de território autónomo, para evitar tendências separatistas da sua população predominantemente russófona.
Ao fim de anos de disputas, a Rússia obteve o direito de estacionar a sua frota de guerra no porto de Sebastopol, alargando assim a sua esfera de ação no Mar Negro e daí para o Mediterrâneo e Médio Oriente.
Apesar deste acordo, a questão da Crimeia envenenou durante anos as relações entre Rússia e Ucrânia e a autoridade central de Kyiv foi frequentemente desafiada por algumas personalidades regionais.
A anexação de 2014
Depois de as autoridades pró-ocidentais terem chegado ao poder na Ucrânia, no desfecho de vários meses de protestos contra a influência do Kremlin na praça Maidan, na capital ucraniana, eclodiram confrontos na Crimeia, em fevereiro de 2014, entre apoiantes de Moscovo e de Kyiv.
Um comando pró-Rússia fortemente armado tomou então o parlamento, apoiado por milhares de homens fardados espalhados pela península.
Estes militares, mascarados e sem insígnias, que ficaram conhecidos como os "homenzinhos verdes", rapidamente tomaram o controlo de edifícios públicos e cercaram bases militares ucranianas.
O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu mais tarde que eram soldados russos.
Em março de 2014, a Rússia realizou um referendo sobre a anexação da Crimeia, cujo resultado --- 97% "sim", segundo Moscovo --- foi considerado nulo e sem efeito por Kyiv e pelo Ocidente, rejeitando qualquer legalidade a esta consulta.
Até à data, apenas foi reconhecida por alguns estados, como o Afeganistão, Cuba, Coreia do Norte, Quirguistão, Nicarágua, Sudão, Síria e Zimbabué, mas não pela China ou por aliados de Moscovo, como a Bielorrússia ou o Cazaquistão.
A União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá adotaram então sanções iniciais contra a Rússia, sob a forma de congelamento de bens, embargos setoriais e proibição de investimentos na Crimeia.
Crimeia desde 2014
A Crimeia, que representa 4,5% do território da Ucrânia, foi integrada no sistema territorial russo em 2014, tornando-se numa república autónoma com o seu próprio governo e instituições subordinadas a Moscovo.
A cidade de Sebastopol recebeu um estatuto especial, juntamente com Moscovo e São Petersburgo.
O rublo substituiu a hryvnia ucraniana e a península alinhou o seu horário com Moscovo, enquanto as empresas russas, incluindo bancos e operadores telefónicos, se estabeleceram na região.
O turismo ocidental e ucraniano desapareceu, sendo substituído por uma torrente de russos e bielorrussos.
As autoridades locais estão a distribuir em massa passaportes russos à população, enquanto os tártaros da Crimeia, uma minoria muçulmana que votou esmagadoramente contra a anexação, são alvo de repressão.
Em 2016, o Mejlis, o órgão representativo desta comunidade, foi declarado extremista, marcando o início de uma onda de prisões e exílios forçados.
Desde 2018 que a península está ligada à Rússia continental pela Ponte de Kerch, uma estrutura gigantesca com 19 quilómetros de comprimento.
Foi repetidamente alvo e danificada pelas forças de Kyiv nos últimos três anos, à semelhança da Frota do Mar Negro estacionada na Crimeia, que a Ucrânia reclama ter eliminado 40% da sua capacidade.
O atual ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, é um tártaro da Crimeia.
Moeda de troca
Numa entrevista à revista Time, realizada na terça-feira e hoje divulgada, o presidente norte-americano defendeu que a Crimeia "ficará com a Rússia" e que o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, "compreende isto".
Trump justificou os seus argumentos com a prolongada presença russa no território.
"Eles [russos] já tinham os seus submarinos lá muito antes de qualquer período de que estamos a falar, há muitos anos. A população fala principalmente russo na Crimeia", sustentou, insistindo que o território "foi dado por [Barack] Obama, não foi dado por Trump", numa alusão ao ex-Presidente democrata, que estava no poder na Casa Branca em 2014.
O presidente norte-americano disse acreditar que "ambos os lados querem a paz, mas precisam de se sentar à mesa", lamentando uma espera que se prolonga "há muito tempo".
Ao mesmo tempo que se referiu a "uma grande pressão sobre a Rússia", advertiu que "a Ucrânia também precisa de querer chegar a um acordo" e defendeu que Moscovo já fez "uma grande concessão" ao abdicar de controlar todo o país vizinho, numa sugestão de que pretende forçar Kyiv a ceder parte do seu território.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, discutiram hoje no Kremlin a possibilidade de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para chegar a uma solução pacífica para o conflito.