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Advogados em dificuldades financeiras

“Há advogados em grande dificuldade”. O alerta é lançado por Rui Silva, dirigente da Ordem, que deste modo chama a atenção para o problema recorrente dos atrasos no pagamento dos honorários aos juristas que asseguram defesas oficiosas. Apesar das garantias recentes dadas pelo Ministério da justiça, o problema persiste.

“Não quantificámos o montante, mas é um valor significativo, que pesa no orçamento dos escritórios e na vida dos colegas “, evidenciou ao Negócios Rui Silva, presidente do Instituto dos Advogados em Prática Individual (IAPI), tutelado pela Ordem.

O problema recorrente das dívidas do Estado no âmbito do acesso ao direito, a inclusão dos advogados na gestão participada dos tribunais e o novo sistema de apoio judiciário serão três das questões em debate, no próximo sábado, em Coimbra, no decorrer do V Encontro Nacional do IAPI.

“Mais do que discutir o futuro da advocacia em prática individual, que não está em causa, o encontro visa promover o debate em tomo dos problemas que actualmente concentram as nossas preocupações”, sublinhou Rui Silva.

Num encontro que responde ao mote “A advocacia em Prática Individual tem futuro”, uma das áreas que estará em debate será a referente às novas regras de organização e de funcionamento dos tribunais.

Para o presidente do IAPI, cabe ao advogado ter uma palavra sobre as mudanças que se avizinham, com a entrada em funcionamento das três comarcas piloto - Baixo Vouga, Grande Lisboa Noroeste e Alentejo Litoral - do novo mapa judiciário.

A este nível, o jurista sustenta que a voz dos advogados tem que ser escutada, porque são estes que estão no terreno. Para o presidente do IAPI, a solução ideal passaria por integrá-los na gestão participada dos tribunais.

O encontro de Coimbra será ainda aproveitado, segundo Rui Silva, para um primeiro balanço ao novo sistema de apoio judiciário e para enviar uma mensagem de sensibilização aos organismos públicos para a necessidade de dignificar a advocacia.


@ Jornal de Negócios
 

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Interessa ou não a melhoria da justiça ?

Entendem alguns que a intervenção da ASJP no que toca a reivindicações do estatuto socioprofissional ainda vá que não vá. Mas querer interferir na melhoria do sistema de justiça? Aqui D’El-Rei! Isso já é ir longe de mais. Dizem que assim se belisca a separação de poderes. Sendo os juízes a face visível da justiça, o que há de errado em que estes, munidos dos conhecimentos concretos do dia-a-dia, dêem o seu contributo para a melhoria do sistema (...) sem pedir ou obter nada em troca ?

Interessando-me por aquilo que se diz da Justiça, dos juízes e da associação que os representa, sinto-me muitas vezes tentada a repor a verdade dos factos. Nas últimas semanas ouviu-se criticar o facto de os juízes dar em o seu contributo em matéria legislativa.

Entendem alguns que a intervenção da ASJP no que toca a reivindicações do estatuto socioprofissional ainda vá que não vá. Mas querer interferir na melhoria do sistema de justiça? Aqui D’El-Rei! Isso já é ir longe de mais

Dizem que assim se belisca a separação de poderes. Sendo os juízes a face visível da justiça, o que há de errado em que estes, munidos dos conhecimentos concretos do dia-a-dia, dêem o seu contributo para a melhoria do sistema?

Aliás, reza o art.º 48.º da CRP que todos os cidadãos têm o direito a tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos.

A intervenção dos juízes, através da sua associação, ao proporem alterações a iniciativas legislativas, mais não é do que o exercício de um direito constitucional.

Não se confunda. Órgãos de soberania são os Tribunais. A ASJP representa os juízes, não os Tribunais. A ASJP ao propor medidas legislativas não está a representar os tribunais, não está a querer fazer leis. A legitimidade para tal é do Governo ou do Parlamento que só acolhem as alterações sugeridas se considerarem que estas merecem acolhimento.

Ao fazê-lo a ASJP está a exercer um dever de cidadania, a dar préstimos em áreas em que pode colaborar para a eficácia do sistema judicial.
Se o objectivo último é a melhoria da Justiça, porque serão tão inconvenientes os préstimos que os juízes se propõem dar, sem pedir ou obter nada em troca?


Teresa Freitas Vogal Da DN DA ASJP @ Meia Hora
 

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Homem senta-se na cadeira do Juiz e aponta arma

Um homem com cerca de 40 anos está desde as 09:55 desta sexta-feira, no interior do Tribunal da Covilhã, com uma arma apontada à própria cabeça, disse à Lusa fonte do Tribunal. Segundo a fonte, o homem entrou de manhã «sem mais nem menos no Tribunal, dirigiu-se à sala de audiências, sentou-se na cadeira do juiz e apontou uma pistola à própria cabeça».Adiantou que na ocasião a sala estava vazia e que, desde então, o homem tem permanecido «sozinho» no local. «Não fala com ninguém nem diz nada», referiu a fonte, admitindo que o indivíduo tenha sido interveniente num processo judicial julgado no Tribunal da Covilhã.

@ Portugal Diário
 

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Vão aumentar processos judiciais de despedimento

O professor de Direito Jorge Leite diz que o trabalhador vai ver reduzida a liberdade de programar a sua vida e não vislumbra redução da precariedade fraudulenta.

A proposta de lei de revisão da legislação laboral tem aspectos positivos e negativos, defende Jorge Leite, um dos mais ouvidos especialistas em direito de trabalho. Entre os positivos, encontra-se a nova forma de repartição da licença parental e a simplificação do modelo de reacção a um despedimento ilícito. Mas a proposta possui bastantes aspectos criticáveis e mesmo susceptíveis de ser inconstitucionais. Em entrevista escrita, em dois momentos, o jurista expõe as suas opiniões sobre esses pontos.

Comecemos pelos pontos positivos. Por que razão elogia o novo modelo de reacção contra um despedimento ilícito?
Não se trata, propriamente, de um elogio. O que tenho dito é que guardo uma expectativa positiva. À primeira vista, a simplificação do impulso inicial a cargo do trabalhador e a transferência para o empregador da obrigação de apresentar a petição inicial de justificação do despedimento e carrear os elementos probatórios dos fundamentos invocados facilitam a reacção contra os despedimentos.
A medida parece justa. Afinal, o empregador é, no processo disciplinar, um juiz em causa própria. Penso que o novo modelo tende também a compensar a simplificação do processo disciplinar e a redução, a meu ver excessiva, de 12 para dois meses, do tempo que o trabalhador dispõe para reagir contra o despedimento. Porém, só a prática mostrará se a expectativa se confirma.
Um efeito poderá antecipar-se: vai aumentar o número de processos judiciais.

Espera um aumento dos despedimentos?
Esta é uma via para tornar mais célere o despedimento. A mera simplificação do processo tenderá a estimular o seu uso e, portanto, o despedimento. Vai ter ainda um outro efeito: reduz a possibilidade de o empregador cometer erros processuais.
Corre a ideia de que as nossas leis dificultam excessivamente os despedimentos. Nas nossas sociedades, o trabalho é o único meio digno de vida da esmagadora maioria das pessoas, pelo que permitir que alguém possa, sem um motivo forte, privar outrem deste bem tão essencial seria permitir um verdadeiro atentado a um direito humano básico. Sinceramente ou não, as instâncias internacionais têm-se preocupado com este problema. Veja-se o que se passa com as chamadas "saídas negociadas", que encobrem verdadeiros despedimentos, muitas vezes sem motivo legítimo; com as comissões de serviço, com o período de experiência e com essa estranha figura da caducidade, da falsa caducidade, atrás da qual se escondem igualmente verdadeiros despedimentos.
Não foi por má vontade que o Tribunal de Justiça da Comunidade Europeia condenou Portugal por insuficiente transposição da directiva sobre despedimentos colectivos. Tudo continuou a passar-se como se nada tivesse acontecido...

Qual a sua opinião sobre o aumento do período experimental de três para seis meses?
Falar de período experimental é falar de um período de despedimento livre. Não se contesta o facto de a fase inicial do contrato servir para as partes avaliarem a relação. Contesta-se o alargamento brutal de um período de experiência que já não era curto. Com um período tão extenso de despedimento livre, para quê recorrer ao contrato a prazo?
Esta medida esbarra, porém, com um pequeno problema de índole jurídica: como compatibilizá-lo com o princípio da estabilidade e a regra da proibição de despedimento sem justa causa, ambos constitucionalmente consagrados?

Na sua opinião, é inconstitucional?
Se conjugarmos o princípio da proporcionalidade (art. 18.º) com o da estabilidade (art. 53.º), a resposta, a meu ver, só pode ser afirmativa.

O ministro do Trabalho alega que apenas se uniformizou os tempos de período experimental previstos na lei. O que acha?
Antes de mais, não uniformiza; o Código continua a prever períodos superiores para certos casos. Depois, a uniformização tanto poderia ser feita por cima como por baixo ou por um outro período situado ou não entre ambos. Por fim, a uniformização de tratamento de situações diferentes é uma forma de violação do princípio da igualdade.

É constitucional o regime de trabalho em comissão de serviço?
A figura da comissão de serviço é, talvez, um dos mais eloquentes exemplos de revisão constitucional por via de lei ordinária. A figura foi introduzida com um perfil jurídico, já então de constitucionalidade duvidosa, perfil que leis posteriores vão quase silenciosamente modificando até a transfigurar totalmente. Aquilo que é designado por "comissão de serviço de trabalhadores externos" é um contrato de trabalho mal disfarçado de comissão de serviço cujo regime se traduz na faculdade de cada uma das partes lhe pôr termo a todo o momento, sem invocar qualquer motivo. O despedimento passa a ser livre, ou seja, é um contrato que a lei subtrai à regra constitucional da proibição de despedimento sem justa causa. Será compatível com o art. 53.º da Constituição?

O objectivo de conciliar o trabalho e a família é prejudicado pelos horários de trabalho mais flexíveis?
O Código reforça os poderes do empregador para alterar tempos e horários de trabalho, agrava a sujeição do trabalhador às decisões do empregador relativas ao número de horas de trabalho diário e semanal.
O trabalhador vai ver reduzida a liberdade de programar a sua vida, fica mais condicionado na conciliação do tempo de trabalho com o tempo familiar, cultural, recreativo, etc. As regras implicam uma maior intensidade de trabalho e até uma provável redução dos rendimentos do trabalhador. Trabalhar mais por menos parece ser, aliás, uma das marcas deste grupo de normas.
As medidas de conciliação da vida profissional com a vida familiar tendem a compensar as medidas que a dificultam, mas o saldo é francamente desfavorável aos trabalhadores.

O Governo alega que "a forma mais dura de conciliar a vida familiar e profissional é a impossibilidade de existir vida profissional"...
Alega? Seria um argumento tão absurdo como o daqueles que alegam que ter um emprego, sobretudo um emprego digno, é um privilégio. É uma subversão total de valores. O emprego deveria ser o status normal de quem o procura e a falta dele um drama humano e social.

Parecem-lhe eficazes as propostas de combate à precariedade?
Tenho muitas dúvidas. Não serão totalmente irrelevantes, mas não creio que reduzam significativamente a precariedade fraudulenta.
Aliás, a medida invocada como bandeira do combate é ambígua e é insuficiente. É, antes de mais, ambígua.

Será que considerar os falsos "recibos verdes" uma contra-ordenação muito grave vai significar que nenhuma outra sanção será aplicável ao infractor? Escondendo os falsos "recibos verdes" verdadeiros contratos de trabalho, não deverá a fraude ser também sancionada com a conversão do vínculo naquilo que é de facto e de direito?
É insuficiente não apenas porque, estranhamente, deixa de fora outras formas de precariedade fraudulenta a que recorrem com frequência entidades privadas e públicas - como é o caso das falsas externalizações (outsourcing) -, mas também porque é uma medida branda. Confronte-se com o Código Penal espanhol, que manda castigar com penas de prisão de seis meses a três anos e multa de seis a 12 meses os que, mediante engano ou abuso de situação de necessidade, imponham aos trabalhadores condições laborais ou de segurança social que prejudiquem, suprimam ou restrinjam os direitos reconhecidos por disposições legais, convenções colectivas ou contrato individual.

Finalmente, as omissões. Havia assuntos importantes que ficariam por tratar?
Creio que o Código continua prisioneiro de concepções antigas, não enfrenta alguns dos mais significativos fenómenos da actualidade, como é o caso das empresas em rede, e insiste na tendência para a empresarialização do direito do trabalho, dele fazendo um instrumento de gestão, assim reduzindo, consequentemente, a dimensão humana do mundo do trabalho e sujeitando os direitos do ser humano no trabalho aos imperativos da economia de mercado. Os direitos são também modos de regulação das relações sociais, mas modos orientados por imperativos éticos, de justiça, de dignidade, de igualdade, como insistentemente salientam - a meu ver bem - muitos autores.

HÁ RISCO DE PERDA DE DIREITOS DO TRABALHADOR

A caducidade das convenções colectivas pode levar o trabalhador a "perder, de um momento para o outro, o estatuto colectivo que o abrangia, perdendo as regalias nelas consagradas", sustenta o jurista Jorge Leite. A caducidade vigora desde o Código do Trabalho em 2003. Mas o Governo alega que a sua revisão, sem a pôr em causa, evita o vazio contratual ao criar uma nova fase de arbitragem - "arbitragem necessária".
Mas, para Jorge Leite, o risco subsiste. "Se o Governo quisesse que a arbitragem funcionasse como tal, haveria de prever o seu desencadeamento para o período que precede a caducidade e não para o período que se lhe sucede." O resultado será, "se é que não tem como objectivo, aprisionar os sindicatos às propostas dos empregadores. A pressão para concluir acordos passa, praticamente toda, para o seu lado". Os empregadores não correm riscos, se não negociarem.
"O sistema está arquitectado de modo a aparecer sempre um sindicato disponível para assinar acordos", continua o jurista. "O anunciado mecanismo da representatividade das organizações de trabalhadores e de empregadores poderá vir a resolver alguns problemas, mas, para já, o Código não faz mais do que adiar a sua aplicação". O novo Código "promove a pulverização sindical, envia aos trabalhadores sinais de desnecessidade de sindicalização, abrindo as portas à adesão individual às convenções colectivas". Ao permitir "a fixação, por convenção colectiva, de piores condições do que as previstas na lei, dificilmente se poderá dizer que não promove o enfraquecimento sindical.
Em que aspectos? É o caso do "papel reservado à administração, quer no que respeita ao poder de estender as convenções a não sindicalizados, quer no que respeita aos seus poderes para as declarar caducadas, quer ainda no campo da arbitragem obrigatória e necessária. É, no mínimo, estranho ser um ministro a fazer o papel de estrela no firmamento dito da autonomia colectiva".

Jorge Leite, 69 anos, natural de Marialva, concelho de Meda (Guarda). é um dos juristas de direito laboral mais conceituados. Antifascista, foi suspenso em 1973 pela PIDE/DGS das funções de professor da Faculdade de Direito em Coimbra, em consequência das suas opiniões. Militante comunista, foi deputado, tendo saído do PCP em 1989. É autor de diversas publicações de direito e de conhecidas colectâneas de legislação laboral anotadas, É árbitro para a definição dos serviços mínimos. Foi professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito de Coimbra até Março de 2008 e é, desde Maio passado, director e professor do Departamento de Direito da Universidade Lusófona do Porto.


@ Público
 

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Juízes mais atentos contra mães manipuladoras

Poder paternal. Os juízes começam a estar mais sensibilizados para os casos de manipulação dos filhos contra os pais, maioritariamente protagonizados pelas mães, e atribuem, cada vez mais, a tutela das crianças aos pais. "O paradigma está mudar", garante a presidente do Instituto Português de Mediação Familiar, Maria Saldanha Pinto Ribeiro, que se tem esforçado por sensibilizar os juízes para os "inúmeros casos" de alienação parental, em processos de regulação do poder paternal, com o propósito de os afastar das suas vidas.

Em declarações ao DN, aquela jurista considerou a chamada síndrome da alienação parental um problema grave, para o qual os tribunais estão finalmente a acordar, mas lembrou que "ainda há um longo caminho a percorrer". Para esse flagelo têm também chamado a atenção, o psiquiatra Joaquim dos Vultos, que alerta para os graves danos causados nas crianças, e o juiz do Tribunal de Menores do Funchal, Mário Rodrigues da Silva. Aquele magistrado observa que os casos de falsas acusações de abuso são "mais frequentes do que se possa imaginar".

Justamente para impedir que nos processos litigiosos de divórcio ou regulação do poder paternal, os juízes decidam influenciados por essa manipulação perversa - que chega a atingir o extremo de falsas acusações de abuso sexual -, Maria Saldanha defende uma mudança de fundo na orientação dos tribunais.

"É necessário que nestes casos litigiosos os tribunais não atribuam logo a tutela às mães - como acontece - nem sequer provisoriamente. Porque já sabemos que o provisório se eterniza, acaba por tornar-se definitivo, pois é muito difícil voltar para trás", disse a autora de um livro sobre a síndrome da alienação parental.

Em contrapartida à atribuição provisória da tutela, a jurista vai bater-se para que seja consagrada a figura das "casas de fim-de-semana". Estas casas, explica, funcionariam fora do tribunal, mas reportando a ele como um espaço de intermediação, em que nas "trocas" de fim-de-semana, as crianças são ali levadas às sextas-feiras e ao domingo para serem recolhidas pelos pais ou mães. "Nesse processo de transferência entre um e outro progenitor actuariam media- dores familiares, que teriam a oportunidade de estudar os casos, avaliar a existência de sinais perturbadores e elaborar pareceres que possam ajudar os juízes a produzir uma sentença bem fundamentada", advoga Maria Saldanha Pinto Ribeiro.

Também o procurador Rui do Carmo concede que "está a crescer o número de casos em que a tutela das crianças é confiada aos pais". Nestas situações, os juízes consideram que as crianças estão melhor com os pais ou trata-se de casos em que as mães não manifestam interesse em ficar com a tutela dos filhos", diz.
Em todo o caso, e apesar de serem agora mais os pais com a tutela dos filhos, Rui do Carmo é peremptório: " na esmagadora maioria dos casos, as crianças ainda são confiadas às mães".

Com a entrada em vigor da nova lei do divórcio - que ainda está à espera de promulgação - dá-se um forte incentivo ao exercício conjunto do poder paternal. Essa passa a ser a norma das situações de regulação, que altera o próprio conceito ao substituir o termo poder paternal por responsabilidade parental, que remete para um quadro de direitos e deveres.


@ DN
 

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Nova lei do divórcio aumentará recurso aos Tribunais

As alterações introduzidas na legislação do divórcio vão aumentar a conflitualidade e o recurso aos tribunais de família e civis, afirmou na noite desta sexta-feira, no Porto, a especialista em Direito da Família Rita Lobo Xavier, noticia a Lusa.


A professora universitária, que falava à margem de um debate promovido pela Associação de Médicos Católicos, recordou que com a lei anterior um divórcio por mútuo acordo exigia que o casal apresentasse na conservatória um conjunto de acordos complementares, como a tutela dos filhos e a morada da família.

«Agora o divórcio pode ocorrer sem que esses acordos complementares tenham de ser previamente apresentados. Espero não ter razão na minha profecia, mas isso vai levar a uma diminuição dos divórcios por mútuo acordo e aumentar o recurso aos tribunais», considerou.

Por outro lado, alertou Rita Lobo Xavier, «com a nova lei deixa de ter relevância a violação dos deveres conjugais, nomeadamente em casos como violência doméstica e adultério».

«Antevejo também aqui um aumento da conflitualidade no divórcio, nomeadamente com recurso aos tribunais. Não é por uma lei dizer que não há ajustes de contas num divórcio que eles desaparecem. Isso é uma ilusão», disse.

@ Portugal Diário
 

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Recusa de julgamentos sumários

O Ministério Público (MP) que funciona junto do Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa fez várias acusações sem ter o resultado final dos exames periciais para confirmar, por exemplo, que a apreensão feita a um indivíduo era efectivamente droga ou que tipo de arma este tinha utilizado num crime. Vários juízes entenderam que não estavam garantidos os direitos dos arguidos, uma vez que a prova não estava consolidada, tendo recusado o processo sumário e remetendo o caso para inquérito.

O Ministério Público (MP) que funciona junto do Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa fez várias acusações sem ter o resultado final dos exames periciais para confirmar, por exemplo, que a apreensão feita a um indivíduo era efectivamente droga ou que tipo de arma este tinha utilizado num crime. As situações aconteceram em casos em que o MP requereu o processo sumário, o que obriga a que a acusação seja feita em apenas 48 horas.

Vários juízes entenderam que não estavam garantidos os direitos dos arguidos, uma vez que a prova não estava consolidada, tendo recusado o processo sumário e remetendo o caso para inquérito. Este tipo de forma processual tem a vantagem de ser muito mais rápido e simplificado do que os outros, mas determina prazos muito curtos.

Em Março, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa assinou três protocolos para tentar acelerar a realização de perícias no Laboratório de Polícia Científica (LPC) e no Instituto Nacional de Medicina Legal, e a recepção do certificado de registo criminal dos arguidos. No entanto, os termos acordados nem sempre são suficientes. É o caso dos exames periciais de produtos estupefacientes que o LPC terá de fazer no prazo de oito dias seguidos, mais tempo do que o MP tem para produzir, normalmente, a acusação. O problema persiste em muitas outras situações em que são necessárias perícias, como de armas, em que não existem protocolos. Ou em casos que, por qualquer razão, não é possível cumprir o tempo estipulado.

Isso devia inviabilizar o recurso ao processo sumário, alargado em Setembro do ano passado aos detidos em flagrante delito, suspeitos de crimes puníveis com penas de prisão inferior a cinco anos (antes era três). Mas o Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral da República tem insistido na utilização do processo sumário. E alguns procuradores usaram-no quando a prova ainda não estava consolidada. Esta questão é ignorada pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), que parece mais preocupado com a maioria que resiste a cumprir a lei e os direitos dos arguidos.

Por isso, a semana passada o CSMP ordenou a realização de uma inspecção extraordinária aos serviços do MP junto dos Juízos da Pequena Instância Criminal de Lisboa. Trata-se de apurar se têm, ou não, sido seguidas as orientações superiores, designadamente no que respeita à realização de julgamentos em processo sumário, que o Ministério Público deve requerer sempre que se verifiquem os respectivos pressupostos", esclarece a procuradoria numa nota enviada ao PÚBLICO. "Está em causa uma justiça mais célere e mais convincente para o cidadão", acrescenta-se na mesma nota.

O secretário-geral do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, acredita nos benefícios do processo sumário, mas salienta que os requisitos têm que estar cumpridos. O Ministério Público só pode remeter para julgamento processos relativamente aos quais seja previsível a condenação do arguido face aos elementos de prova existentes", salienta. E completa: "O que se verifica, muitas vezes, é que os indícios não estão suficientemente consolidados para que se possa requerer o julgamento nesta forma processual".


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Crimes contra mulheres são cada vez mais violentos

As associações de defesa dos direitos das mulheres alertam para a crescente brutalidade dos crimes cometidos. A UMAR aponta ainda 32 homicídios registados este ano, até ao presente mês, e a existência de 35 tentativas falhadas.

Os crimes contra as mulheres não só aumentaram este ano como estão mais violentos. "As agressões são sempre preocupantes, mas notamos nos últimos tempos uma mudança na forma dos crimes: são mais violentos, mais brutais", disse a presidente da União da Mulher -Alternativa e Resposta (UMAR) ao DN, no dia em que milhares de mulheres de todo o mundo marcharam em Vigo, Espanha, contra a violência de género.

Elizabete Brasil refere-se, por exemplo, ao crescente número de mulheres que são mortas à machadada pelos seus maridos ou ex-companheiros. "Isto é assustador", observa aquela dirigente, lembrando que este ano, até ao presente mês, foram registadas 32 mulheres vítimas mortais de crimes cometidos no âmbito da violência doméstica, de acordo com os dados apurados pela organização. O marido ou companheiro é o principal agressor. Aqueles crimes representam mais onze casos do que os verificados ao longo de todo o ano de 2007.

Igualmente preocupante é a expressão das tentativas falhadas de homicídio, que no ano passado aumentaram face a 2006, totalizando 57 casos. E este ano, até Agosto, foram 35 as tentativas de homicídio perpetradas contra mulheres, segundo dados avançados pela UMAR. Aqueles números levam Elizabete Brasil a observar que "se essas mulheres não chegaram a morrer foi porque tiveram sorte, mas nada garante que a próxima vez não seja fatal". É um facto bem conhecido de quem acompanha estes casos que muitos dos casos de homicídio eles são o culminar de anos de maus tratos físicos e psicológicos. Por isso mesmo, a dirigente da UMAR manifesta-se desapontada com a prática do sistema judicial português, que, acusa, "continua a ser cúmplice" destes crimes.

Apesar da violência doméstica ter passado a ser tipificada como um crime público desde 2000, não carecendo de apresentação de queixa para que seja desencadeado o processo crime, "são as mulheres que têm de se pôr em fuga, são elas que têm de ir para as casa de abrigo, deixar a sua casa, a sua rede familiar e social", lembra aquela defensora dos direitos das mulheres.

"O sistema continua a ter dificuldades em deter estes indivíduos, os vizinhos continuam a não chamar a polícia quando assistam a maus tratos, porque ainda há quem pense que entre marido e mulher não se mete a colher, é toda a sociedade que tem de perceber que a agressão é uma violação dos direitos humanos e não se pode ser complacente com essa realidade", sublinha. Para aquela activista "já não se pode falar em Portugal de um problema de falta de legislação adequada, ela existe, mas infelizmente a prática das instituições nem sempre é a mais adequada".

A UMAR tem duas casas-abrigo para mulheres vítimas de maus tratos, com capacidade para 60 utentes e, como lembra, Almerinda Brito, outra dirigente da associação, "a verdade é que estão sempre lotadas: quando uma mulher sai, entra logo outra, um sinal de que o fenómeno não pára", disse, a partir de Vigo, onde decorreu uma marcha de dez mil mulheres, organizada por associações de mulheres de todo o mundo.

O baixo nível de escolaridade e o consequente mau rendimento salarial das mulheres acompanham frequentemente estes casos.


@ DN
 

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O ministro da Justiça não existe

António Pires de Lima, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, a «O Diabo», afirma, designadamente, que:
- O Governo tem feito um processo desaustinado de criar maiores problemas na realização na Justiça, designadamente, não reconhecendo o mérito de quem trabalha na Justiça afincadamente, como é o caso dos magistrados e funcionários;
- O Ministério Público só não estará instrumentalizado e ao serviço do Parlamento se tiver a coragem de impor o critério de igualdade no tratamento dos crimes;
- A Ordem dos Advogados é populista, apagou-se e as afirmações são produzidas com um sensacionalismo tremendo, não se fazendo nada pela advocacia;
- O ministro da Justiça não existe. Existe uma cadeira que está ocupada por um senhor que diz que é ministro da Justiça.


DIABO - Como avalia esta crise financeira mundial?
ANTÓNIO PIRES DE LIMA - Não sou economista. Mas felizmente também não faço as previsões que os inúmeros economistas têm feito e que indiciam estar fora da realidade. Para mim, o economista e jurista que tem falado com maior convicção sobre a realidade péssima que temos é o Dr. Medina Carreira.

O professor Medina Carreira faz um retrato real da situação do País?
Acho que sim. Pelo menos fá-lo de uma forma convincente e a verdade é que os factos têm vindo a demonstrar que as previsões do Dr. Medina Carreira continuam a ser as que parecem estar certas. Não posso criticar ninguém mas posso avaliar os resultados.

E os resultados não são muito animadores.
Não. Há um ditado que diz que «a vida dos pobres é um mistério». Mas, efectivamente, não sabemos como é que um pobre consegue sobreviver. Acho que este País é pobre e tem feito o possível por ser ainda mais pobre. E foi pobre toda a vida, não propriamente no seu aventureirismo ao estender-se por todas as partes do Mundo, mas foi pobre até na forma como aproveitou esse facto. Quando verificamos que o Brasil é uma grande potência, quando Angola é o que é, nós aqui o que aproveitamos? Nada.

Desde 2005 - ano em que o Governo de José Sócrates tomou posse - e olhando para o País e para aquilo que foi feito, hoje estamos melhor ou pior?
Temos vindo a piorar constantemente mas não é por este Governo. Este Governo talvez tenha tido a coragem de nos espoliar em várias coisas, como por exemplo na carga fiscal injusta que recai sobre as pessoas. Pelos vistos talvez não valha a pena trabalhar.

«Má consideração pelos magistrados»

Estamos no último ano da legislatura. Como vai o estado da Justiça em Portugal? Ao fim de três anos houve ou não uma verdadeira reforma?
Sou um critico do que se tem feito. E o que se tem feito é um processo desaustinado de criar maiores problemas na realização na Justiça, designadamente, não reconhecendo o mérito de quem trabalha na Justiça afincadamente, como é o caso dos magistrados e funcionários - os advogados trabalham por conta própria, por isso não me posso referir a eles neste momento. Tem sido má a consideração pelos magistrados. São referidas permanentemente situações de desconsideração para com os magistrados e os funcionários que estão nos tribunais e, obviamente, que o público não pode deixar de acompanhar essa situação. As reformas que se têm feito têm sido sobretudo de ordem técnica. Para além de umas bandeiras, uns fornecimentos de computadores e meios de gravação, pouco mais temos. E nada disto chega para prestigiar a Justiça.

Disse há uns tempos que o Governo utilizou «mentiras» para fundamentar a reforma na Justiça. Que mentiras são essas?
As mentiras são muitas. Por exemplo, há falsas experiências constantes. Há fórmulas de processo que estão a ser experimentadas há meses em tribunais, não sabemos qual é o resultado. Não vejo sequer que essas fórmulas tenham melhorado o funcionamento do Justiça.

E que outros aspectos o preocupam?
A mudança das técnicas de funcionamento dos tribunais. Tenho o pecado de não saber mexer num computador. Mas os funcionários dos tribunais -com 55 anos, por exemplo - têm capacidade para entrar neste novo sistema? E não tendo o que é que se lhe faz? Reformam-se, que é o que temos visto. Dos que ingressaram no tempo do Dr. António Costa - em 2000/2001 - como oficiais de Justiça, quantos é que estão ainda nos tribunais ou quantos estiveram de passagem? Ninguém sabe, ninguém diz, ninguém fala. Como é possível que os Códigos sejam alterados com esta frequência?

O problema é a falta de preparação das pessoas ou falta a tal grande reforma estrutural?
Não sei qual é a reforma. A reforma que falta, para mim, é na mentalidade e na preparação das pessoas. Quando eu sou confrontado todos os dias com mais regulamentos e pormenores, necessariamente que tenho de demorar mais tempo se quero ser cauteloso e se não quero errar. Mas aquilo que se está a passar é que realmente o magistrado - que não pode arriscar tanto como um advogado ou como o Ministério Público porque a sua responsabilidade é diferente - não pode deixar de estar preocupado com todo um conjunto de legislação que só complica. E se ela muda constantemente, ele não pode entrar num processo de rotina nem mesmo para as coisas mais fáceis. Se não entra num processo de rotina entra num processo de demora na resolução do problema. Se as pessoas não estiverem motivadas, obviamente que a Justiça não funciona.

Qual o balanço que já pode ser feito das alterações às leis penais?
Não sou penalista. Os sinais que me chegam é que, afinal de contas, o que se fez foram reformas impensadas, como em quase toda a matéria legislativa. O Governo alterou o Código de Processo Penal e a Lei das Armas. Uns tempos depois já está a alterar a Lei das Armas designadamente para criar uma obrigação de prisão preventiva para todos quantos praticarem um crime com armas e não faz alteração no Código de Processo Penal. Porquê? Porque o Governo tem vergonha de assumir que fez mal o CPP, até porque essa alteração foi feita por esse senhor que aparece como um Deus a anunciar a segurança de todo o povo português - o ministro da Administração Interna (Rui Pereira) - e vai alterar a Lei das Armas. Isto só revela que em muitas matérias, e na matéria penal também há situações caricatas, que as coisas são feitas sem pensar e por pessoas que não têm categoria para legislar.

Porquê?
Porque uma coisa é cair em contradição ao legislar, o que aconteceu toda a vida e se resolveu com a interpretação, outra coisa é não saber o português suficiente para ser claro, é fazer as coisas sobre o joelho, é não ter consideração pelas consequências gravosas que podem resultar.

E que tipo de consequências são essas?
Por exemplo, a Lei Penal prevê consequências diferentes para um mesmo crime quando o mesmo é praticado por uma pessoa colectiva privada ou pública. É o caso da violação das regras de segurança (152 B) do Código Penal) que pelo mesmo facto tem duas medidas.

«Estão a jogar ao tiro ao alvo»

É muita alteração?
A ideia que me dá é que estão a jogar ao tiro ao alvo.

Estas alterações têm sido apontadas como responsáveis pela ondade criminalidade que tem assolado o País. Concorda?
Estou convencido que não há uma relação causa/efeito nestas situações. Haverá muito mais no Acordo de Schengen que permite fazer passagens para aqui e para acolá e tanto se pratica o crime aqui ou acolá. Isso é muito mais a consequência desta possibilidade e mobilidade das pessoas como também a circunstância de quem tem que investigar ter visto diminuir os seus direitos. Designadamente não foi suficientemente preparado para actuar em função do bom senso. Se me disserem que me dão uma arma mas que eu não posso disparar para fazer parar alguém que matou outro, e que não me obedece, evidentemente que me estão a impor que me deixe desautorizar pela ineficácia da minha intervenção.

O que está a dizer é que as polícias estão limitadas na sua actuação?
Não só estão limitadas como não estão preparadas. A PJ, que conheci há 50 anos, era um corpo preparado, organizado e normalmente quem lá estava eram indivíduos de uma grande capacidade e dedicação. Não digo que os que lá estão agora não tenham essa capacidade e dedicação. Mas não têm a preparação necessária. Quando fui bastonário havia falta de inspectores na Judiciária porque aquilo que se poupava no funcionamento do Ministério da Justiça, uma das fontes de poupança era não haver pessoal na PJ suficiente. Um polícia não se faz nem em dois nem em três anos. Um polícia para se aperfeiçoar tem que ter uma preparação de anos.

Nessa medida, e já que fala de Segurança, já temos SecretárioGeral de Segurança Interna. Como avalia a criação desta figura, uma «espécie de super-polícia» e com amplos poderes?
No caso concreto a grande esperança que eu tenho não é na Lei mas na pessoa que foi nomeada: que tenha o bom senso porque sempre o teve toda a vida de saber exercer as funções para além daquilo que qualquer outra pessoa que fosse capaz de o fazer. É uma pessoa sensata, com nome prestigiado. Essa é uma garantia, mas é mais um cargo é mais uma fiscalização, mais um polícia de polícia.

Marques Vidal, ex-director nacional da PJ, disse há uns meses ao nosso jornal que o Secretário-Geral podia vir a ser um «superpide» e um «super-controleiro». Concorda?
A pessoa que está no cargo não deve poder vira ser isso. Não é da sua maneira de ser transformar-se nisso. Mas o cargo permite que amanhã se tenha aí um «super-polícia» e um «super-pide» ao serviço de um senhor «super-Primeiro Ministro».

Fala-se muito na junção das policias de forma a melhorar a coordenação entre elas, tal como existe em Espanha. Esta ideia faz algum sentido, tendo em conta as naturezas de cada uma delas?
Isso foi tentado logo a seguir ao 25 de Abril. Foi criada uma Comissão, de que eu aliás fiz parte, como um dos representantes da PSP, que tentava a fusão entre a GNR e a PSP. Não digo que neste momento não haja uma certa diferença entre determinadas funções. Mas dizer que este País ainda é rural? Não me façam rir. Não me digam que há uma técnica de defesa contra o tráfico de droga ou armas em Freixo de Espada à Cinta e outra em Lisboa porque os criminosos são os mesmos. O que eu gostaria é que cada qual nas suas missões seja competente.

Voltando às leis penais. A redução dos prazos da prisão preventiva tem-se mostrado negativa?
Veio mostrar que mais uma vez o legislador fez uma máquina para uma coisa que não pode ser resolvida por uma máquina. Se há casos em que a prisão preventiva deve ser resolvida com celeridade, há outros casos em que não se pode de maneira nenhuma fazer-se uma investigação a sério sem que a prisão preventiva seja prolongada. A prisão preventiva - à parte do flagrante delito verifica-se numa investigação quando já há uma grande probabilidade de que a pessoa venha a ser responsabilidade. Essa grande probabilidade deve ser avaliada por uma pessoa com grande capacidade de justiça e de bom senso. Se se deixar isso ao critério de uma disposição legal qualquer, ela é fria. Ela não conhece a pessoa e não avalia as circunstâncias.

Como avalia a nova Lei de Política Criminal? O Ministério Público continua instrumentalizado e ao serviço do Parlamento?
Absolutamente. Só não estará instrumentalizado se o MP tiver a coragem de impor o critério de igualdade no tratamento dos crimes. Um crime de ofensas corporais praticado em Lisboa pode ser menos grave do que praticado numa terra do Interior. Nem um nem outro podem ser esquecidos.

Esta Lei pode levar à violação do princípio da separação de poderes e permitir restrições nas investigações?
Está em causa sempre que a Assembleia da República continuar a fazer aqueles inquéritos que são umas autênticas palhaçadas para procurar e antecipar-se com soluções políticas àquilo que só deve ser solucionado judicialmente.

De que forma se pode ter uma alteração do MP: mais eficaz e sem ser instrumentalizado e politizado?
O facto de o MP ter estado coordenado por um senhor procurador Cunha Rodrigues que se julgou ele próprio o Deus máximo da Terra prejudicou muito o MP. O MP foi sendo minado por baixo.

Como avalia o novo mapa judiciário? Há ou não nesta reforma um entrave no acesso dos cidadãos à Justiça?
Sim. Há uma concentração de determinadas comarcas de uma actividade que podia estar mais distribuída. Mas há uma tendência para considerar em Portugal que Faro, Portimão, Setúbal, Santarém, Viseu, Covilhã, Castelo Branco, Vila Real, Porto, Viana do Castelo, Braga, Guimarães e pouco mais são as terras para que se deve olhar. As restantes são esquecidas.

Mas estamos aqui perante uma visão meramente economicista?
Penso que sim porque a ideia de ter um juiz próximo dava uma garantia de aproximação da Justiça às pessoas, princípio que tem séculos.


«Conselho de Prevenção da Corrupção é apenas mais um diploma legal»

Muito se tem falado de corrupção. Temos um novo Conselho de Prevenção da Corrupção, que irá apresentar um relatório anual sobre as áreas de maior risco na administração do Estado e empresas públicas. O que espera deste órgão?
Isto é apenas mais um diploma legal. Mais nada. Não vai adiantar nada. Dou-lhe um exemplo. Uma das coisas que poderia funcionar era a execução. O ministro das Finanças recebe dinheiro com a ameaça das penhoras, com a intimidação, com o autoritarismo e uma mudança de leis a favor do Fisco que não revela qualquer tolerância com os contribuintes. Não tem vergonha de se arriscarem a atitudes que decorrem de uma ditadura. Basta ler os volumes publicados pelas intervenções do senhor provedor de Justiça nestes últimos anos para verificar que o provedor de Justiça gasta mais tempo da vida dele e da sua organização para pôr o ministério das Finanças e das repartições respectivas na ordem do que para qualquer outra coisa. É uma vergonha.

Se nada muda, qual é o grande problema no combate contra a corrupção?
Quem se deixa corromper não tem interesse que o sistema funcione.

Mas a corrupção começa ou não na classe que tem nas mãos o poder de mudar este panorama?
Não posso dizer isso porque não tenho prova nenhuma.

As áreas de risco em matéria de corrupção são as obras públicas?
Estou convencido que os grandes negócios e grandes concursos estão efectivamente nas grandes licenças que possam ser dadas. Há pessoas que vivem melhor que as outras. Há tanto BMW na rua… Eles estão aí à vista de toda a gente.

Falando dos advogados. Como olha para a classe?
Eu prometi que não intervinha. E é o que faço. Na véspera das eleições disse que se fosse eleita esta lista eu não entraria na Ordem dos Advogados. Tenho muita pena do que se está a passar e que haja afirmações produzidas com um sensacionalismo tremendo e que não se faça nada pela advocacia.

A Ordem hoje é mais populista?
Populista e apagou-se. A sensação que havia era de ver as pessoas a correr à Ordem considerando positiva a sua intervenção, respeitando-a e confiando nela.

Não há hoje por parte da OA esse reconhecimento de contributos e opiniões?
Acho que não. E não há mesmo entre os advogados.

Quais são actualmente os grandes problemas por que passam os advogados?
Um dos grandes problemas que afecta a advocacia é a falta de formação ética. Por outro lado a advocacia também está mais centralizada. Além disso há menos clientes. Há quem não tenha trabalho: é o desemprego oculto.

Que balanço faz do trabalho do ministro da Justiça, Alberto Costa, e que nota lhe dá?
Dou-lhe zero. Dava-lhe até uma nota negativa, se pudesse. Dizem-me que é uma, pessoa muito inteligente -nunca vi isso - e devia aproveitar as pessoas válidas à sua volta para o aconselhar e até isso acabou. O ministro da Justiça não existe. Existe uma cadeira que está ocupada por um senhor que diz que é ministro da Justiça.


@ O Diabo
 

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MJ aberto a aperfeiçoamentos à reforma penal

O ministro da Justiça, Alberto Costa, mostrou-se disponível para aperfeiçoar a reforma penal em vigor há um ano, mas só depois de analisar três relatórios do Observatório Permanente da Justiça, o último dos quais deverá ser apresentado em Maio.

"No próximo ano será finalizado o acompanhamento da reforma penal e depois serão extraídos os aperfeiçoamentos sugeridos", afirmou Alberto Costa perante os deputados da primeira comissão parlamentar. Em resposta às críticas dos grupos parlamentares à reforma penal, em vigor desde Setembro de 2007, o ministro lembrou que "a monitorização foi uma iniciativa do Governo, sendo necessário que decorra tempo suficiente para fazer uma avaliação e introduzir melhoramentos". "Os códigos são organismos vivos", reforçou.

Mostrando-se aberto a alterações aos Códigos Penal e Processo Penal, o ministro pediu tempo aos deputados: "Na vida e nas reformas o habitual é haver uma 'decalage' entre a realidade e a percepção da mesma". As alterações à prisão preventiva, os prazos do segredo de justiça durante o inquérito, a constituição de arguido e as alterações à lei das armas foram alguns dos aspectos críticos enunciados pelos deputados.

A isto, Alberto Costa contrapôs números estatísticos. Entre 15 de Setembro de 2007 e 15 de Setembro desde ano entraram nas prisões 2023 presos preventivos, num total de 4793 pessoas detidas a aguardar julgamento. Estes mais de dois mil presos preventivos resultaram de decisões tomadas em aplicação do Código Processo Penal revisto, no seu primeiro ano de vigência, salientou ainda o governante.

Mais prisões preventivas

Segundo o documento apresentado pelo Ministério da Justiça, desde Setembro inverteu-se a tendência de descida dos presos preventivos. Até ao dia 15 deste mês registaram-se 2119 preventivos no sistema prisional, dos quais 1469 ainda a aguardar julgamento e 650 já condenados, mas cuja sentença ainda não transitou em julgado.

Em termos comparativos, entre 15 de Setembro de 2006 e a mesma data de 2007 havia 2124 presos preventivos, contra os 2155 (mais 31) no mesmo período de 2007 a 2008. Numa análise aos números apresentados, o ministro concluiu que existe "uma relação salutar entre a realidade e as normas legais em vigor".

Questionado pelo deputado do PCP João Oliveira e por Nuno Melo do CDS/PP sobre as alterações à lei das armas, nomeadamente nos pressupostos da prisão preventiva, o ministro refutou as críticas afirmando que "os parâmetros fundamentais estão no Código do Processo Penal e aí se mantêm".

Nuno Melo questionou também o ministro sobre a flexibilização das penas, uma proposta que ainda não deu entrada na Assembleia da República, falando em "aplicação da prisão preventiva em part-time". Alberto Costa respondeu que as alterações anunciadas vêm no seguimento de uma recomendação do provedor de Justiça.

@ Público
 

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300 processos contra falsos "advogados" em Lisboa

Indivíduos que se dedicam à cobrança de créditos sem que tenham autorização legal, serviços jurídicos em condomínios assegurados por empresas não autorizadas, ou prática da advocacia por falsos juristas. O leque de situações irregulares é múltiplo e traduz-se em cerca de três centenas de processos pendentes relativos a casos de procuradoria ilícita, só no Conselho Distrital de Lisboa (CDL) da Ordem dos Advogados.

Embora não existam indícios de que este tipo de prática esteja a ganhar terreno, Carlos Pinto de Abreu, presidente do CDL, diz que é necessário as pessoas terem conhecimento do logro a que se sujeitam. Por isso, uma campanha pública vai lançar o alerta.
“A procuradoria ilícita existe desde sempre, pelo que a opção de lançar uma grande campanha de sensibilização contra este tipo de prática não resulta necessariamente do crescimento do problema. Considerámos, contudo, que este era o momento adequado para avançar com esta campanha, uma vez que será lançada no âmbito da iniciativa ‘Advogar pela Cidadania’, disse ao Negócios, Carlos Pinto de Abreu.
De acordo com o presidente do CDL, o número de processos pendentes na secção de Lisboa que se responsabiliza pelo combate à procuradoria ilícita ascende, em média, às três centenas. A actividade de advogados e solicitadores está definida por lei e pelos estatutos específicos destes profissionais. Contudo, muitas vezes, há pessoas sem qualificação que se oferecem para prestar serviços jurídicos, o que constitui crime.

Consultas jurídicas gratuitas
A já referida campanha será lançada pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, no âmbito da II Semana Advogar pela Cidadania, que decorrerá entre 3 e 7 de Novembro. Esta iniciativa inclui a 3.’Edição do Dia da Consulta Jurídica Gratuita, que visa proporcionar o acesso ao direito através da informação e da consulta jurídicas.
Para tanto, a 6 de Novembro serão criados gabinetes de consulta jurídica em vários locais do Distrito judicial de Lisboa, nomeadamente na sede da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, em autarquias, em Instituições Particulares de Solidariedade Social e nas próprias instalações do CLD. Nos referidos gabinetes, advogados e advogados estagiários irão assegurar, gratuitamente, consultas jurídicas aos cidadãos interessados. Esta iniciativa conta, tal como nas anteriores edições, com o patrocínio do Presidente da República.

Crime punido com um ano de prisão
Criminalizado pela Lei n.º 49/2004 de 24 de Agosto, o exercício da procuradoria ilícita é punível com pena de prisão até um ano ou com multa até 120 dias. Para que exista procedimento criminal, é necessário que seja feita uma queixa, podendo esta ser concretizada por quem for lesado, mas também pela Ordem dos Advogados ou pela Câmara dos Solicitadores. Para além da criminalização, a lei prevê ainda a aplicação de multas para as situações de promoção, divulgação ou publicidade de actos próprios dos advogados ou dos solicitadores, quando efectuada por pessoas singulares ou colectivas não autorizadas para este tipo de prática. As entidades prevaricadoras incorrem numa coima de 500 a 2500 euros, singulares, e de 1.250 a 5.000, pessoas colectivas.

Quem pode praticar actos jurídicos
Apenas os licenciados em Direito com inscrição na Ordem dos Advogados e os solicitadores inscritos na respectiva Câmara podem praticar os actos próprios da advocacia e da solicitadoria Podem, ainda, exercer consulta jurídica mestres e doutores em Direito cujo grau seja reconhecido em Portugal. Para tanto, têm que estar inscritos na Ordem dos Advogados. O exercício da advocacia e da solicitadoria envolve a realização de consultas jurídicas, a elaboração de contratos e o apoio à constituição, alteração ou extinção de negócios jurídicos em conservatórias e cartórios notariais. Podem ainda responsabilizar-se pela negociação da cobrança de créditos e ser mandatados para reclamar ou impugnar actos administrativos ou tributários.


@ Jornal de negócios
 

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Divórcio - Associação Sindical dos Juízes Portuguese considera legislação irrealista

Para António Martins esta lei "é fruto de outro divórcio", entre quem faz as leis e a sociedade.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) reiterou que a lei do divórcio, ontem promulgada pelo Presidente da República, está desfasada da realidade social, salientando que vai criar mais problemas do que soluções para os conflitos matrimoniais. ´

O presidente desta associação sindical tem por diversas vezes criticado esta nova lei porque na sua perspectiva vai fazer aumentar os processos nos tribunais e fazer crescer os casos de litígio, além de não prestar uma efectiva protecção à parte mais vulnerável, podendo originar casos de injustiça.

"É lamentável que se façam leis que não têm em conta a realidade social, económica e cultural das pessoas e dos cidadãos a quem elas são dirigidas", disse, acrescentando que "uma lei destina-se a resolver conflitos sociais, não serve para criar um homem novo".

O dirigente garante ainda que quando a lei entrar em vigor "os juízes, de modo responsável nos tribunais, procurarão aplicá-la o melhor que souberem e puderem, sendo certo que uma má lei dificilmente dá boas soluções".

"A mensagem do Presidente da República é muito importante para que os cidadãos tenham consciência de que esta legislação agora aprovada e que foi promulgada pode trazer greves problemas à sociedade portuguesa", reagiu, considerando que os aspectos referidos por Cavaco Silva "estão muito bem analisados".

"O que é importante é que o legislador esteja atento, como diz o senhor Presidente da República, à sua aplicação prática na sociedade", concluiu.


JURISTAS ALERTAM QUE MULHERES VÃO SER PREJUDICADAS

A Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ) alerta que a lei do divórcio, romulgada pelo Presidente da República, vem prejudicar as mulheres e crianças mais desprotegidas socialmente.

"A aplicação do novo regime vai ter custos sociais elevados sobretudo para mulheres e crianças e, dentro das mulheres, para aquelas que têm mais fracos recursos económicos e aquelas que são ou foram vítimas de violência doméstica", disse Teresa Féria, presidente da APMJ, salientando concordar com as reservas que o Presidente Cavaco Silva manifestou neste sentido.

A responsável destacou ainda que os tribunais "vão ter de tomar em consideração as condições em que as pessoas vivem", quando aplicarem, na prática, a nova lei.

"Ainda que não valorando sobre o aspecto da culpa, [os tribunais] não podem deixar de ter em conta os factos concretos em que se materializa a situação de ruptura, nomeadamente os factos em que se materializa a violência doméstica, que é uma ofensa ao direito ao respeito", salientou.

"Estas duas legislações também aboliram a culpa na lei do divórcio, mas incluíram uma cláusula de salvaguarda para os casos de violência doméstica, que foi uma das nossas propostas para a lei portuguesa", disse a jurista.


@ Expresso
 

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Juízes da Covilhã querem polícias a vigiar instalações

Os juízes do Tribunal da Covilhã pretendem ao Conselho Superior de Magistratura que sejam destacados polícias para vigiar as instalações, depois de um homem armado ter-se barricado na última sexta-feira numa sala de audiências.

Reunidos esta tarde, os juízes decidiram pedir ao Conselho Superior de Magistratura que diligencie "para que seja destacada vigilância policial para o tribunal durante o horário de expediente", pelo menos até que "entrem em vigor as medidas anunciadas de melhoria de segurança dos tribunais".

Num comunicado divulgado no final do encontro, os cinco juízes e um outro destacado naquela cidade consideram que "os factos ocorridos são consequência da falta de segurança de que sofre o Tribunal da Covilhã". "A gravidade dos mesmos apenas vem reforçar a necessidade de serem tomadas medidas urgentes para colmatar a falta de segurança", realçam.

Segundo os juízes, "o clima de insegurança continua a afectar o normal funcionamento deste tribunal", bem como a tranquilidade de funcionários e utentes.

A acção foi decidida depois de na última sexta-feira um homem se ter barricado numa das salas do Tribunal da Covilhã com uma pistola apontada à cabeça. O indivíduo entrou no tribunal com uma arma ilegal modificada de 6.35 milímetros carregada, tendo agido por descontentamento quando a um processo de regulação de poder paternal.

O Ministério da Justiça já fez saber que "em breve" será aprovado um pacote de reforço de investimento na segurança dos tribunais. A tutela já tem a decorrer os procedimentos necessários para abrir um concurso público internacional, no valor de seis milhões de euros, que pretende equipar 160 tribunais com sistemas de videovigilância.

Prevê-se ainda o reforço de vigilância 24 horas por dia nos principais tribunais, introdução de mais pórticos detectores de metais e ligação directa dos tribunais à central de segurança já existente ou às forças policiais.

Está ainda prevista a elaboração de uma carta de risco dos tribunais e a instalação de um botão de emergência em salas de audiências.


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OA quis constituir-se assistente e não pagou taxa de justiça

No processo que corre termos no Tribunal Judicial de Faro (em que são arguidos inspectores da PJ), a Ordem dos Advogados pretendeu constituir-se como assistente, porém «foi multada em cerca de 200 euros por não ter saldado a tempo o valor das custas judiciais para se constituir assistente no processo.
Ao que o CM apurou, junto de fonte judicial, só ontem de manhã, altura em estava previsto começar o julgamento, é que o pagamento foi efectuado. Assim, a constituição como assistente custou o dobro: com multa, quase 500 euros. A Ordem terá interpretado que não teria de pagar custas judiciais. "Não fomos notificados. Isto é o que se chama veto de gaveta ou de bolso", comentou ontem o bastonário António Marinho Pinto.
"É inadmissível que a Ordem pague multas como esta porque não consegue perceber e ler o Código das Custas Judiciais. Não faz qualquer sentido", lamentou ontem à saída do Tribunal de Faro Pragal Colaço, advogado de quatro inspectores em julgamento».


@ DN
 

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Tribunal de Elvas assaltado

O Tribunal de Elvas foi assaltado no passado dia 22 de Outubro, durante o horário normal de funcionamento, tendo sido furtado um computador portátil do interior de um gabinete de um magistrado. O computador tinha informações ligadas a processos. Uma viatura estacionada no parque do Tribunal foi alvo de vandalismo.

@ Público
 

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Governo paga milhões de euros de apoio judiciário

O Ministério da Justiça pagou na semana passada um milhão de euros aos advogados por defesas oficiosas em atraso.Este pagamento surge no mesmo dia - 22 de Outubro - em que o titular da pasta, Alberto Costa, foi confrontado pelos deputados, em plena Assembleia da República, com o valor em atraso e questionado quando pagaria aos advogados que, em muitos casos, já esperam há dois anos por essa remuneração.No entanto, ao que o DN apurou, esse valor ultrapassa os dez milhões de euros, sendo que o último pagamento - de 13 milhões - feito pelo Governo foi em Maio deste ano, há quase seis meses. Questionado pelo DN, o Ministério da Justiça escusou-se, contudo, a revelar o montante total. No Parlamento, o secretário de Estado adjunto da Justiça, José Conde Rodrigues, assumiu que o valor em dívida vai ser pago em Novembro.

@ DN
 

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Excesso de garantias dos arguidos

O PGR considera que a subida da criminalidade violenta em Portugal está associada a uma “mistura perigosa” de factores, como a pobreza e o desemprego. Em declarações ao Diário Económico, Pinto Monteiro sublinha que “o excesso de garantismos dos arguidos consagrado nas leis penais” também não ajuda no combate ao crime.


O Procurador-Geral da República considera que o aumento da criminalidade violenta registado nos últimos meses em Portugal se deve a uma “mistura perigosa” de várias factores. Pobreza e desemprego, a livre circulação de pessoas e capitais, a sofisticação de meios técnicos ao serviço do crime e o “excesso de garantismo dos arguidos consagrado nas leis penais” são algumas das causas apontadas. Pinto Monteiro não esconde que existe falta de eficácia na luta contra o crime mais complexo e chama a atenção para a necessidade de intensificar o combate à criminalidade violenta. São as respostas do Procurador-Geral da República ao Diário Económico sobre um tema que esta semana volta a estar na ordem do dia com o alerta do Observatório de Segurança,
Criminalidade Organizada e Terrorismo para o efeito potenciador que situações de “recessão económica” têm na criminalidade, incluindo a criminalidade violenta.
“Há que intensificar o combate à criminalidade violenta, especializando pessoas, modernizando os meios e melhorando as leis onde se mostrar necessário. Fundamentalmente precisa-se de maior eficácia”, explicou ao Diário Económico Pinto Monteiro, numa clara alusão às alterações dos novos códigos penais que tem vindo a reclamar junto do poder político. O PGR manifesta um olhar preocupado sobre o aumento da criminalidade violenta, o que, diz, “só por si gera um sentimento de insegurança no cidadão”. Defende, por isso, que podem ser apontadas várias razões para esse crescendo que, “somadas, formam uma mistura perigosa”. Pinto Monteiro aponta mesmo alguns exemplos: “a violência da sociedade contemporânea; os maus resultados obtidos no combate a certo tipo de crime e a quebra de valores morais e de estruturas sociais”. Por último, Pinto Monteiro, aponta “a ausência de objectivos por parte de alguma juventude, a quem também não são dados incentivos”. Sobre as medidas para contrariar a criminalidade violenta, o PGR lembra que foram criadas as unidades especiais de crime violento (que integram o Ministério Público, PJ, PSP e GNR) e, das quais, já “surgiram alguns resultados positivos”. Quanto à eventual ligação causa-efeito entre as reformas penais de 2007, a redução do número de presos e o aumento da criminalidade violenta, Pinto Monteiro afirma que “não é possível estabelecer com segurança e rigor” essa relação.

Medidas da PGR

- Em Agosto, quando se assistiu à onda de crimes violentos, Pinto Monteiro ordenou aos magistrados que, nos casos de criminalidade violenta, deve ser proposta a prisão preventiva sempre que se mostrem verificados os pressupostos.

- Foram criadas as unidades especiais de crime especialmente violento (UECEV), a funcionar e da colaboração e da troca atempada de informações entre o Ministério Público e os órgãos de Polícia Criminal.

Recessão económica aumenta criminalidade
O Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) estabelece uma relação entre o crime e a conjuntura económica mundial. No seu relatório anual de segurança, ontem divulgado, salienta que “situações graves de recessão económica potenciam o aumento da criminalidade, incluindo a criminalidade violenta”. A organização presidida pelo general Garcia Leandro defende que as leis sejam “adequadas à realidade” para que se ultrapasse “sinais mais graves de criminalidade e de violência”. E reforça que têm de ser “pensadas como um todo, com uma coordenação eficaz”.
A OSCOT defende que as informações “fluam naturalmente entre aqueles que delas precisam”, apontando aqui a necessidade de ultrapassar bloqueios institucionais. O documento realça que o mesmo se aplica no respeitante a bases de dados integradas, de modo a poderem ser utilizadas por qualquer das entidades com responsabilidade nos diferentes processos. Para que “as forças de segurança possam actuar também por antecipação” face ao crime, o OSCOT considera que tal “exige a responsabilização do poder político e dos seus comandos e direcções”. O relatório diz ainda que a investigação criminal, o Ministério Público e os tribunais sejam dotados “dos meios materiais, humanos e processuais necessários para actuar com eficácia e tempo útil”. Sendo que os tribunais devem ter “uma acção mais eficaz, tomando decisões que punam os culpados, ajudando à dissuasão”.

O que faz aumentar a criminalidade

1 - Livre circulação de pessoas e bens
A livre circulação de capitais e pessoas é uma das causas que o PGR identifica como estando na base do aumento da criminalidade violenta. Portugal está na fronteira da União Europeia com África e com a América do Sul, de onde provêm muitas actividades de crime organizado - tráfico de drogas, de armas, de pessoas (imigração e prostituição) - e de lavagem de dinheiro.

2 - Sofisticação de meios
Sofisticação de meios técnicos ao serviço do crime é outra das razões apontadas pelo PGR. Na diversificação do crime incluem-se o cibercrime, os crimes ambientais, o crime internacional, o branqueamento de capitais, novas questões relacionadas com o urbanismo e a saúde pública e uma gama variada de criminalidade ligada às novas tecnologias.

3 - Desemprego e pobreza
O agravamento da situação social, do desemprego e da pobreza pode ter consequências quanto à segurança das pessoas e ao nível da criminalidade. Diz o PGR que são factores que “tornam mais fácil o recrutamento”. Portugal atingiu já a fasquia de meio milhão de desempregados, dois milhões de pobres, um milhão e meio de trabalhadores precários.

ANÁLISE / POUCO OU NADA SE SABE SOBRE AUTORES DE CRIMES

Criminalidade está a mudar?

Carlos Alberto Parares - Director da Faculdade de Psicologia da Lusófona
“A criminalidade poderá estar em estação de mudança”.
A criminalidade está a aumentar, nas suas versões mais violentas - diz-se, ainda que os dados disponíveis não sejam suficientemente elucidativos. A realidade revela que, com efeito, se assiste, porventura, a um agravamento da frequência, mas também - e principalmente - à maior severidade dos actos delinquenciais. A criminalidade poderá estar em estação de mudança, ou seja, poderá denunciar natureza mais agressiva e violentadora ao nível da esfera pessoal dos cidadãos, restando indagar se e quando este incremento de actos violentos é meramente instrumental de actos predatórios e contra o património. Todavia, é imprescindível que seja realizada, com urgência, a diagnose da situação, já que, frequentemente, se vem dissertando sobre o aumento dos crimes violentos mas nada ou quase nada se sabe sobre os seus actores e realidades. Importa que os especialistas - psicólogos forenses, criminólogos - e os dispositivos de controlo social se organizem para a definição de rotas de investigação científica sobre os fenómenos criminais e suas mais recentes metamorfoses: para que, estabelecido o diagnóstico, se possa avançar para a implementação de medidas sérias e suportadas pelo Saber, em detrimento de estratégias recicladas e sem contribuição do conhecimento. Dever-se-á procurar conhecer a pluridimensionalidade deste objecto (o crime, actos, cenários e actores), no seu caleidoscópio psico-afectivo e social, para se rumar para a intervenção.

@ Diário Económico
 

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IGAI tem à frente um novo magistrado

O juiz-desembargador Mário Manuel Varges Gomes foi escolhido pelo Ministério da Administração Interna para ser o novo inspector-geral da Administração Interna, disse fonte oficial ligada ao processo. A mesma fonte indicou que já foi pedida autorização ao Conselho Superior da Magistratura para a nomeação do juiz-desembargador Mário Manuel Varges Gomes, actualmente a exercer funções no Tribunal da Relação de Lisboa.

A nomeação de Mário Varges Gomes deverá efectivar-se no dia 12 de Dezembro, altura em que substituirá no cargo o também juiz-desembargador Clemente Lima, que já manifestou intenção de cessar funções no termo do seu mandato.

Mário Varges Gomes começou a sua carreira no Ministério Público, passando para a magistratura judicial em 1980, estando na 3á secção criminal do Tribunal da Relação de Lisboa desde 1996. O juiz-desembargador representou Portugal como membro da Instância Comum de Controlo - entidade independente de controlo em matéria protecção de dados policiais no âmbito da Europol -, de 1998 a Setembro de 2003.

Fez também parte do Grupo de Trabalho de Polícia com competência em matérias de protecção de dados no tratamento da informação policial, em especial no domínio de “Schenghen” e “Europol”

@ JN
 

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Autoridade dos Tribunais deve ser restaurada

O antigo Procurador-Geral da República (PGR) Cunha Rodrigues defendeu hoje, em Coimbra, que deve ser "restaurada a autoridade dos tribunais", contrariando uma alegada "erosão" mediática do seu papel na sociedade. "Os media encarregam-se de fazer manchetes que atestam que a situação da Justiça vai de mal a pior", afirmou Cunha Rodrigues. Na sua opinião, por exemplo, as agressões a magistrados em Portugal durante julgamentos demonstram, como "primeira prioridade", que importa "restaurar a autoridade dos tribunais".

"É urgente um programa nacional de educação para o direito, que já não pode limitar-se às escolas", sendo necessário que comece logo na infância, "no leite materno", como afirmou o conselheiro Cunha Rodrigues.

Neste domínio, acrescentou, caberá à Assembleia da República um papel determinante para fazer avançar essa iniciativa.

O juiz do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE) proferia uma conferência, subordinada ao tema "Justiça: atitude e método. O papel do Ministério Público", no salão nobre do Tribunal da Relação de Coimbra, integrada nas comemorações do 90º aniversário desta instituição judicial.

"A educação para o direito é um desígnio nacional que compete ao Estado no seu conjunto", disse.

Cunha Rodrigues preconizou, por outro lado, que "se impõe revisitar a Justiça como fim" e que "a formação permanente dos magistrados é geradora de mudança" no sector.

"A preparação dos magistrados portugueses é excelente, quando comparada com outros países", referiu, para defender que "é importante, então, a atitude".

O julgador deve possuir, em seu entender, "uma compreensão forte do mundo".

Cunha Rodrigues admitiu que a especialização na área da Justiça, "hoje incontornável", acaba por "desintegrar a capacidade intelectual" dos seus agentes.

"O especialista tem que continuar ligado à vida real, particularmente o magistrado", sublinhou o juiz do TJCE.

@ Visão
 

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Judiciária terá de se explicar

Acções encobertas da PJ estão a ser investigadas pelo Ministério Público. Em causa estão alegados crimes de corrupção e tráfico de droga por agentes disfarçados. Tudo começou com uma denúncia anónima chegada à Procuradoria-Geral da República.


São 26 os inspectores e coordenadores da Polícia judiciária (PI) denunciados por alegados actos de corrupção e tráfico de droga em acções encobertas realizadas entre 2002 e 2006. A morte da magistrada Manuela Rego - titular do inquérito-crime que decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) -, em Março deste ano, atrasou a investigação de um processo que nos bastidores tem colocado o Ministério Público (MP) em rota de colisão com a judiciária.
A origem de tudo foi uma denúncia anónima que em Novembro de 2006 terá chegado por correio à sede da Procuradoria-Geral da República, em Lisboa. Remetida posteriormente ao DCIAP, com ordem para ser investigada, a denúncia transformou-se primeiro, em averiguação preventiva e, finalmente, em processo-crime. Nas suas 80 páginas surgem descritas ao pormenor alegadas acções encobertas - operações de combate ao tráfico de droga com agentes infiltrados - misturadas com dezenas de nomes de investigadores e agentes infiltrados denunciados por crimes de corrupção e tráfico.

AGORA, O PROCESSO passou para o procurador João de Melo, que até há bem pouco tempo pertenceu à equipa do DCIAP que esteve envolvida no caso Furacão. O magistrado já terá contactado formalmente o director nacional da PI, Almeida Rodrigues, solicitando uma equipa de inspectores para um inquérito que visa sobretudo operações da Direcção-Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE). Fontes judiciais garantem à SÁBADO que a troca de correspondência entre o DCIAP e a Direcção Nacional da PJ já decorre pelo menos desde Junho de 2007. “Nunca houve muita vontade da PJ em fornecer uma equipa para a investigação”, desabafam fontes judiciais. Antes destes contactos, a procuradora Manuela Rego terá chegado a ouvir várias pessoas citadas na denúncia, como a dona de uma loja de roupa, em Lisboa frequentada por traficantes e inspectores da PJ.
“Só podemos dizer que foram atendidos todos os pedidos de colaboração dirigidos a esta direcção nacional.
Desconhecemos que outros possam ter sido feitos e que não tenham tido resposta por parte de direcções anteriores”, diz à SÁBADO Pedro do Carmo, director nacional adjunto da PJ. A SÁBADO tentou contactar o anterior director nacional da PI, Alípio Ribeiro, mas não o conseguiu até ao fecho desta edição.
No entanto, segundo uma fonte da ex-direcção da PJ, Alípio Ribeiro terá chegado a solicitar um parecer interno sobre os ofícios do MP. E o relatório da PJ teria sugerido o nome de um inspector-chefe para ser o elo com o DCIAP, além de estabelecer uma estratégia clara para a investigação - analisar à lupa todas as operações encobertas suspeitas da DCITE.

A denuncia polémica.
O documento de 80 páginas deixa os agentes da PJ sob muitas suspeitas

AS OPERAÇÕES
Carregamentos de droga de e para Espanha, Holanda, Suriname e Portugal.

A DROGA
Várias toneladas terão sido compradas e vendidas por inspectores e agentes encobertos.

AS SUSPEITAS
Informadores pagos com droga e dinheiro das apreensões.

Almeida Rodrigues reconhece problemas na análise de locais de crimes
Almeida Rodrigues, o director nacional da Polícia judiciária, reconhece que há deficiências nas inspecções judiciárias realizadas pelos investigadores aos locais dos crimes. Por isso, designou o ex-director do combate ao Tráfico de Estupefacientes, José Brás, como responsável pela elaboração de um manual de boas práticas nas inspecções em cenários de crimes de homicídio, assalto à mão armada, raptos e sequestros. A ideia é uniformizar procedimentos de investigação, à semelhança do que acontece com as check lists - lista de pontos-chave que uma investigação deve abordar - do FBI, para assim evitar que equipas de investigação tenham de repetir procedimentos, como aconteceu no caso Maddie. Ou em outros, menos mediáticos, onde inspectores fumaram cigarros de vítimas de homicídio deixando as beatas no local do crime…


@ Sábado
 

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Construção de Tribunais em parceria com privados

O Ministério da Justiça está a preparar o lançamento, nos próximos meses, de concursos para parcerias com empresas privadas interessadas em construir novos tribunais nas cidades do Porto, Valongo, Aveiro e Vila Franca de Xira.

Segundo José Conde Rodrigues, secretário de Estado adjunto e da Justiça, o ministério continuará a desenvolver directamente diversos projectos de requalificação e reparação de edifícios judiciais, mas, no que diz respeito a novas construções, para além das obras em curso, o Governo pretende lançar apenas mais um empreendimento com dinheiros públicos, edificando o novo tribunal de Oliveira do Bairro.

Esta política do Ministério da Justiça é justificada com as necessidades de contenção orçamental e com a constatação de que o Estado não poderia realizar directamente estas obras nos próximos anos, optando assim por uma solução mais célere em que privados executam as instalações de acordo com um programa predefinido pela tutela e recebem, depois, uma renda mensal do Ministério da Justiça.

"São soluções de arrendamento de longa duração, sem que resulte daí um investimento diferido", explicou Conde Rodrigues, frisando que o modelo definido não pode contemplar a aquisição final dos edifícios porque isso poderia ser visto pela União Europeia como "um investimento encapotado", com "consequências do ponto de vista do próprio défice".

O secretário de Estado adjunto do ministro Alberto Costa adiantou, em declarações ao PÚBLICO, que o caso das novas instalações judiciais do Porto já está em concurso, seguindo-se, por esta ordem, Valongo, Aveiro e Vila Franca de Xira. "Avançará tudo nos próximos meses", garantiu.

De acordo com o governante, decorrem, ainda, as obras de construção dos novos tribunais de Gouveia e de Cabeceiras de Basto e vai ser lançada a obra de Oliveira do Bairro, que será a "última" neste modelo. "Paralelamente, estamos a investir, em vários pontos do país, na modernização de tribunais que já existiam e que têm obras de requalificação", prosseguiu, citando exemplos como os tribunais de Benavente, Alcanena, Ourém, Tomar e Rio Maior.

@ Público
 

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Os advogados do Diabo

Defendem os piores homicidas, violadores e pedófilos. Dizem estar apenas a servir a justiça, mas por vezes têm rebates de consciência.


Quando defendia Marcus Fernandes, o luso-brasileiro que matou dois agentes da PSP a tiro na Amadora, em 2005, o advogado Reis Nogueira não era apenas apontado a dedo pelos populares. À porta do tribunal da Boa Hora, em Lisboa, também os polícias o olhavam com desdém. “Não estava à espera que defendesse esse assassino”, disparou um dos homens fardados, com quem tinha uma relação de confiança. O advogado sorriu e respondeu: “Para a semana, vou defender um colega seu que atropelou um jovem que morreu após o acidente”. O agente da PSP emudeceu. Ironia do destino: Reis Nogueira era simultaneamente advogado do ‘mata-polícias’ e do polícia que matou um civil. “É mais cómodo defender a vítima. Podemos sempre fazer o truque do `choradinho”‘, ironiza.

Foi o caso de Marcus Fernandes que o trouxe para a ribalta. Cobrou cerca de €7 mil ao homem que cumpre 25 anos de prisão em Monsanto. Mas o seu «core business» são os traficantes de droga. “Já consegui a absolvição de clientes apanhados com muitos quilos de droga e já tive clientes condenados por escassas gramas”, diz. A especialização traz-lhe ao escritório grandes e pequenos «dealers», que vão passando a palavra. O advogado admite mesmo ter “uma certa fama” no submundo. “Sei que faço parte da galeria dos advogados do diabo mas todos têm direito a uma defesa digna”, resume.

João Nabais não se importa de ter colado o rótulo de `advogado dos traficantes’. “É um risco assumido”, enfatiza. Mas nem sempre o fardo é fácil de transportar. “Já fui enganado”, revela. A mentira mais marcante tem quinze anos. Nabais acreditou na palavra de um cliente que jurava inocência num caso de tráfico de droga. De início teve as dúvidas habituais mas os depoimentos pouco credíveis dos polícias que o prenderam (”queriam culpá-lo à força”) e a absolvição ditada pelo juiz, convenceram-no de que o «dealer» não era de facto culpado. A saída do tribunal o traficante estava radiante. “Disse-me: ‘O doutor até os conseguiu convencer de que eu era inocente’. E não era? perguntei-lhe. ‘Não’, respondeu-me com ar vitorioso”. Nabais não se esquece do sentimento de traição. “Os clientes não percebem que me é indiferente se são, ou não, culpados.”

O colega João Grade dos Santos, que defendeu Leonor Cipriano e o gangue que matou o chefe da PSP de Lagos, em 2007, vai mais longe: “Mentem-nos quase a cem por cento. Pensam que nos dedicamos mais se pensarmos que estão inocentes. Mesmo se as provas são esmagadoras”. os casos em que a culpa do seu cliente é mais do que evidente, Grade dos Santos não luta pela absolvição mas “pela decisão correcta”. Ele tem uma teoria: “O advogado não vai ocultar o crime; o advogado não é parceiro do criminoso; o advogado é um técnico que não se envolve pessoalmente”. Mas quando pede a liberdade da mãe de origem francesa, de 26 anos, que atirou a filha recém-nascida ao mar, em Albufeira, no ano passado, sabe que se arrisca a chocar a opinião pública. “A primeira pena dela foi de 20 anos. Com o meu recurso passou para quatro. Ainda é demais, porque não é homicídio qualificado mas infanticídio, crime com pena até 5 anos de prisão. Ela é uma jovem sem antecedentes criminais. Já devia estar cá fora”.

José António Barreiros já defendeu alguns mais polémicos arguidos: Vale e Azevedo, Pimenta Machado ou José Manuel Beleza são só três dos exemplos mais mediáticos. O advogado prefere no entanto, “não falar” sobre a sua carteira de clientes.

O seu colega Carlos Melo Alves é bem conhecido no meio prisional. Ele é advogado de Alfredo Morais, ex-PSP e dono do clube nocturno Passerelle que está a ser julgado pelos crimes de lenocínio e tráfico de mulheres. Este tipo de `companhias’ não lhe tira o sono mas já foi alvo de ameaças. “Nunca as levei a sério”. Em Chaves, sua terra-natal, foi obrigado a sair do tribunal sob escolta policial. “Queriam linchar-me por defender um homicida que julgavam que ia ser absolvido”, lembra. Enganaram-se. O criminoso foi preso. “Hoje, cumprimento as mesmas pessoas que me pediam a cabeça na altura.”
Os processos mediáticos dão-lhe mais dores de cabeça. “Quando a sociedade, o Ministério Público, a polícia e os tribunais pedem a cabeça dos meus clientes sei que sou o único escape para que eles possam ver a luz ao fundo do túnel”. Melo Alves admite `embarcar’ muitas vezes com o cliente: “Somos os únicos a conhecer a sua faceta boa.”

João Nabais assina por baixo. E confessa mesmo ter ficado amigo de alguns dos chamados `monstros’ da sociedade. “Descobri gente cativante e com quem aprendi muito”, explica o ex-advogado de Hugo Marçal e Ferreira Diniz, no caso Casa Pia. Até Carlos Silvino, o ex-motorista acusado de 639 crimes de abuso sexual de menores, tem a compaixão do seu advogado, José Maria Martins: “Não é um demónio como dizem mas um pobre desgraçado. Gostava que um dia arranjasse um trabalho mas é difícil que alguém o empregue.” Está marcado.

João Nabais tem 54 anos e 30 anos de advocacia
Tem há sete anos o escritório na zona oriental de Lisboa. Entre os clientes mais famosos estão Artur Albarran, Armando Vara, Pimenta Machado, António Saleiro, Hugo Marçal ou José Castelo Branco
O fato, os sapatos italianos e o cabelo impecavelmente penteado com gel são a imagem de marca de João Nabais. No gabinete espaçoso com vista para o Tejo tem a janela aberta, de onde sai o fumo dos seus cigarros Marlboro. “São dois maços por dia”, confessa o mediático advogado da área criminal. Ele garante não preferir os julgamentos com mais câmaras de televisão por metro quadrado à porta do tribunal. “Não me dão especial adrenalina”. Confessa, no entanto, que os casos mais mediatizados trazem um “acréscimo de responsabilidade”, acabando por fazer mais diligências. Na novela Casa Pia foi advogado de Hugo Marçal e de João Ferreira Diniz, acusados de vários crimes de abuso sexual. “Ao advogado de Elvas não lhe levei muito dinheiro, porque ele não tinha capacidade económica para mais. Pelo contrário, os honorários do médico foram bastante elevados”, confessa o advogado. “Os dois clientes deram-me, no entanto, a mesma carga de trabalho”, acrescenta. Recusa, porém, falar em valores. O advogado admite que este tipo de casos lhe dá visibilidade, trazendo por arrasto mais clientes. “Mas o sucesso tem o lado negativo, muitas vezes atraio pessoas com casos irresolúveis. Julgam que tenho uma solução mágica para os seus problemas”.
Nos julgamentos já foi por vezes surpreendido, pela negativa, pelos próprios clientes. “Sinto-me descalço quando só descubro a verdade em pleno tribunal”.

A queda de Romeu Francês
O advogado de Otelo, do padre Frederico e de um segurança de Jorge Sampaio (preso por tráfico de droga) pedia honorários demasiado elevados aos clientes.
Em Abril, o advogado Romeu Francês foi suspenso por sete anos da Ordem dos Advogados. A suspensão deveu-se a duas condenações distintas: uma por cinco anos e outra por dois. Ambas transitaram em julgado, isto é, o mediático advogado esgotou as possibilidades de recurso e terá mesmo de cumprir a pena. Refira-se que Romeu Francês já se encontrava a cumprir uma decisão anterior que o suspendeu da actividade. Em Maio do ano passado, foi detido no hotel do Marquês de Pombal onde ele e a família (sogra, mulher e filho) moravam há alguns meses sem pagar. Foi constituído arguido, por suspeitas de crimes de burla simples e qualificada, tendo ficado sujeito a apresentações periódicas na esquadra da residência. O seu amigo Arrobas da Silva defendeu-o no processo. Sem sucesso. Depois de várias queixas, ficou provado que o advogado recebia dinheiro de clientes para diligências que depois não cumpria. Chegou até a exigir dinheiro com a promessa de que ia tirar os clientes da prisão. Romeu Francês ficou conhecido da opinião pública quando defendeu Otelo Saraiva de Carvalho, nos anos 80. Foi mais tarde advogado do vice-reitor Esmeraldo de Azevedo, da Universidade Moderna, do padre Frederico e do antigo subchefe da PSP que fazia segurança pessoal ao ex-Presidente da República Jorge Sampaio e que foi condenado em primeira instância por tráfico de heroína.

O defensor dos terroristas
Polémico, frontal, politicamente incorrecto. A vida do homem que defendeu Carlos, ‘o Chacal’, Milosevic e Saddam Hussein deu origem a um documentário.
O francês Jacques Vergès, 83 anos, defendeu terroristas palestinianos, ditadores africanos e assassinos nazis. A sua vida deu origem a um documentário realizado por Barbet Schroeder que tem o título de ‘O Advogado do Terror’ (e ainda não estreou em Portugal). Nasceu em 5 de Março de 1925, na Tailândia, filho de uma professora vietnamita e do cônsul de França em Ubon Ratchatani. Aos 17 anos, já a viver em França, participou na resistência aos nazis e aderiu ao Partido Comunista. Abre escritório em Argel e defende argelinos da FLN torturados pelo exército francês. Casa-se com uma das mais famosas pró-argelinas, acusada e presa por terrorismo, Djamila Bouhired, de quem tem dois filhos. Viaja para a China, tornando-se amigo de Mao Tsé-tung e também de Agostinho Neto, líder do MPLA e futuro primeiro Presidente de Angola. Nos anos 70, desaparece durante oito anos e viaja para o Camboja dominado pelos khmeres vermelhos. Mais tarde, é advogado do terrorista Carlos, ‘o Chacal’ e de Maus Barbie, o denominado ‘carniceiro de Lyon’. Durante o julgamento em que o dirigente nazi foi condenado a prisão perpétua, Jacques Vergès aproveita para fazer acusações à França pelas torturas praticadas na Argélia. Nos anos seguintes foi semeando polémica e defendendo personalidades tão diversas como o filósofo Roger Garaudy (acusado de negar o Holocausto), Slobodan Milosevic, Tarek Aziz e Sadam Hussein.

@ Expresso
 

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Advogado julgado por burla

Um advogado de Leiria, ex-dirigente político e desportivo, tentou livrar-se de um julgamento por burla qualificada e falsificação de documento, mas os argumentos usados na fase de Instrução não convenceram o juiz titular do processo.


F...... é acusado de falsificar uma procuração para negociar três imóveis em nome dos proprietários – seus clientes – e ganhar cem mil euros com a transacção. O advogado foi contratado pelos queixosos para os ajudar numa expropriação, em 1996, por causa da construção de um acesso à A1.

Como o projecto da estrada foi alterado, os imóveis voltaram à posse de Maria Idalina e Amândio Borges. E o casal precisou de os vender para devolver o dinheiro recebido na expropriação. F..... terá sugerido, então, a venda a uma empresa na qual tinha sociedade, por 250 mil euros, o que os proprietários aceitaram.

Mas quando assinaram o contrato de venda estavam longe de imaginar que os imóveis já teriam sido vendidos pelo advogado por 350 mil euros, segundo o Ministério Público. Para formalizar a venda havia sido forjada uma procuração, reconhecida no Cartório.

Na contestação ao despacho do Ministério Público, F.... alega que o facto de existir um contrato de venda com data anterior ao documento assinado pelo casal se deve a um lapso informático. O tribunal não colheu esta tese e marcou julgamento para Junho de 2009.

DETALHES

PUNIÇÃO
O advogado já foi punido pela Ordem dos Advogados com uma pena de multa de 1750 euros, no âmbito deste processo.

ARGUIDAS
As duas funcionárias do Cartório Notarial que reconheceram a procuração considerada falsa também foram constituídas arguidas.

VENDA
A empresa que queria comprar os imóveis por 350 mil euros adquiriu a firma onde F.... era sócio e fechou negócio com o casal por 399 mil euros.

CRIMES
O advogado vai responder por dois crimes de burla qualificada e dois de falsificação de documento. Um terceiro crime de falsificação caiu na fase de Instrução.


@ CM
 

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Chamadas à porta do Tribunal

Cerca de um mes após a inauguração, o novo Tribunal da Feira ainda não tem espaço para a chamada de testemunhas, que continua a ser feita na rua.

Dentro do edifício, o ar condicionado aquece até à exaustão alguns compartimentos do novo Tribunal da Feira. No exterior, os cidadãos passam horas de pé, regelados pelo frio, enquanto aguardam pela chamada. Uma pequena sala está a ser preparada para o efeito, mas os responsáveis pelo tribunal reconhecem que o espaço é exíguo.

Esta é a principal lacuna referida por advogados. utentes, funcionários e até alguns magistrados. Mas o problema continua sem resolução à vista. "Estou chocada com a falta de condições que isto tem afirmou, ao JN, Catarina Godinho, de Vila Maior. "Estava a contar com uma sala onde pudesse esperar pela chamada sentada e sem ter que apanhar este frio todo", lamentou.Também o advogado Rui Abrantes considera as instalações "modernas", mas "pouco funcionais", e lamenta a falta de uma sala de espera.

A localização dos gabinetes dos magistrados e das salas de audiência, em locais distintos, e a inexistência de qualquer luz natural nas salas de testemunhas são outros exemplos que, na sua opinião, contribuem para a perda de eficácia dos serviços. Rui Abrantes lamenta, ainda, que seja necessário "perder tempo" com o registo sistemático do cartão profissional sempre que um advogado entra nas instalações.

Lacunas que são minimizadas pelo deputado do PS e advogado Costa Amorim, para quem o actual espaço foi "a solução possível que o Governo encontrou para fazer face a uma situação única". Costa Amorim diz acreditar que, face à possibilidade de a Feira se tomar sede da comarca, o futuro passará pela construção de um novo Palácio da Justiça.

Mas após meses de diligências em atraso, o Tribunal enfrenta mais problemas.Todas as semanas cerca de uma dezena de julgamentos são adiados por falta de salas de audiências. O excesso de diligências está, ainda, a obrigar alguns juízes a agendarem julgamentos para 2010. Mas muitos poderão ser adiados, porque os funcionários não têm capacidade para notificar todas as pessoas em tempo útil. Alguns julgamentos previstos para 2009, por exemplo, poderão realizar-se somente em 2012. Para fazer frente ao volume de serviço, seriam necessários mais 28 funcionários, a somar aos actuais 42..


@ JN
 
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