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"Queres que te pregue um susto?" Muito provavelmente já terá ouvido esta pergunta depois de ter começado a soluçar.
No que toca aos soluços, parece que não temos grande controlo. Não damos conta de que vão surgir e não percebemos quando vão desaparecer.
Em primeiro lugar, importa saber o que são os soluços.
"O soluço ocorre quando o diafragma, o músculo que separa o tórax do abdómen e que ajuda na respiração, sofre uma contração súbita e involuntária. Essa contração faz com que as cordas vocais se fechem abruptamente, originando o som típico. Pode surgir após uma refeição rápida, ingestão de bebidas gaseificadas, mudanças de temperatura no estômago ou até em estados de ansiedade", explica Deolinda Chaves Beça, médica de família, ao Lifestyle ao Minuto.

© Deolinda Chaves Beça
Mas e o susto? "Curiosamente, há alguma lógica fisiológica por trás da ideia, por mais caricata que pareça. O susto provoca um estímulo abrupto ao sistema nervoso autónomo, nomeadamente ao nervo vago e ao nervo frénico — ambos envolvidos no reflexo do soluço. Este sobressalto pode 'reiniciar' esse circuito, interrompendo os espasmos. No entanto, não há provas científicas robustas que demonstrem que o susto funcione de forma consistente. É mais sorte (e distração do cérebro) do que ciência", refere a especialista.
"Outros truques populares, como prender a respiração, beber água fria lentamente ou engolir açúcar, podem ter algum efeito por modularem os mesmos nervos. Ainda assim, a maioria dos soluços é autolimitada e desaparece espontaneamente em minutos."
Porém, existem alguns casos em que é necessária avaliação médica: "Em casos raros, quando duram mais de 48 horas ou se tornam persistentes, os soluços podem ser sinal de algo mais sério, como lesões neurológicas, doenças metabólicas ou efeitos adversos de medicação."
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